Coire Riabhaich, ONA (c. 1989)
Um equívoco comum cometido pelos poucos que seguem o caminho septenário sinistro, é que de alguma forma isso tornará sua vida mais fácil, ou seja, depois de atrair certas forças, eles acreditam que através do ‘domínio satânico’ irão evitar algum trauma. A realização solitária de que não é assim que acontece, muitas vezes é o suficiente para fazer o iniciado (ou até mesmo em alguns casos, adepto) renunciar sua busca mágica por completo. Isso pode ocorrer por dois motivos – 1) o indivíduo torna-se possuído e então desiludido com um “papel satânico” (os papeis são úteis somente se entendido como sendo simplesmente um meio para um fim) e 2) através desta realização, energias sinistras são reveladas de forma muito mais potente que o desempenhar de um papel poderia invocar (no entanto, estas energias são o culminar desse papel). Simplesmente o Satanismo não é uma fuga, mas sim uma participação dela. O desafio de viver a vida como uma entidade independente, criando um estilo de vida que intuitivamente segue o caminho do destino individual (por este processo o destino torna-se, gradualmente, conscientemente aparente) é muito perturbador para a maioria da raça humana aceitar. Portanto, aqueles que falham se rastejam de volta à mediocridade, isentando-se de assumir a responsabilidade por suas próprias vidas. As degenerações física e mental seguem como uma forma de entorpecer a culpa que seu estilo de vida novo/velho incentiva dentro deles. Para aqueles que permanecem na sua busca, há o despertar para o desafio do caminho sinistro que cria o adepto e os futuros estágios. E isso requer uma compreensão de quais forças estão em jogo, e como todos elas contribuem para a auto-evolução.
É este entendimento que impede tais experiências de se tornar prejudicial para o progresso. Trauma nunca será eliminado por qualquer sistema mágico. Para aqueles que estão trabalhando antes do grau de Adepto, é aconselhável ver como o trauma na verdade alimenta (entre outras coisas) a criatividade, e como essa criatividade diminuiria se uma dependência confortável – materialmente e psicologicamente – em cima de um outro indivíduo fosse estabelecida.
Esta situação reduziria os obstáculos que incidem sobre a auto-suficiência; esses obstáculos sendo catalisadores de expressão criativa do indivíduo. Apenas deve-se considerar o conteúdo sem inspiração dos produtos da maioria dos artistas, uma vez que eles são patrocinados. A vida se torna muito fácil. Esta situação por si só produz o conflito, mas muitos falham em compreender isso e descem num fosso de auto-abuso. Isto forma o equívoco do ‘artista sofredor’. O sofrimento deve ser entendido, pois nele reside a sabedoria. Isto requer um tipo de honestidade que a maioria não tem coragem de expressar. Ser uma vítima ou mártir do sofrimento irá abrandar, inverter e destruir o processo de auto-evolução. Por que tantos falham em entender este fato óbvio?
Nada disso significa necessariamente que um indivíduo deve deliberadamente destruir e criar situações – a menos que isto seja visto como sendo benéfico no momento. Tais ocorrências surgem naturalmente em virtude de viver com auto-honestidade e esforçando-se para auto excelência. Cada ato será espontâneo e ‘verdadeiro’ para o destino de cada um.
Alcançar o sucesso mais exitoso possível deve ser sempre o desejado, mas o indivíduo deve chegar ao seu próprio conceito de sucesso e não a do consenso geral.
Tradução: AShTarot Cognatus
– Ordem dos Nove Ângulos –

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