A Obscura Senda Mágica

Curso Mágico da Dragon Rouge 1.0 – Lilith

Pela Ordo Draconis, Curso Mágico da Dragon Rouge 1.0 – Lilith, Capítulo 1. Projeto Zarzax, Tradução de Dom Willians. Revisão de Ícaro Aron Soares, @icaroaronsoares, @conhecimentosproibidos e @magiasinistra.

Sem relação com sua experiência passada com técnicas mágicas, o início deste curso será o primeiro passo de uma entrada consciente nos mistérios sombrios e um despertar do Poder do Dragão, assistido pelo seu funcionamento individual na Dragon Rouge. O curso I é dividido em 6 estágios, que devem ser a base para um programa que se estende por pelo menos 6 meses, mas é comum que dure de 12 á 18 meses. Depois de ter passado pelo curso você terá o conhecimento básico que é exigido para ser iniciado no Primeiro Grau da Dragon Rouge. Você não é obrigado a seguir servilmente os exercícios, mas é encorajado a usar sua própria inteligência para excluir exercícios que sentir-se preso por muito tempo ou exercícios que você pode facilmente realizar.

No entanto, recomendamos que você siga os conteúdos básicos, uma vez que eles correspondem ao funcionamento desse nível prático. Você não pode praticar o Curso II até que tenha pelo menos 6 meses de trabalho com o Curso I. A iniciação será feita junto com sua pessoa de contato ou outro representante da Dragon Rouge. Se você mora longe de qualquer um dos nossos alojamentos, você também pode fazer uma autoiniciação. Se seu pedido for concedido, você receberá pessoalmente o ritual de iniciação em ambos os casos. Após a primeira iniciação, você terá a possibilidade de participar de trabalhos mais avançados na Ordem e também pode começar o próximo Curso mágico após a primeira iniciação. Vamos agora discutir alguns termos e pensamentos comuns sobre a prática mágica básica.

O PROPÓSITO DA INICIAÇÃO

O primeiro curso mágico tem o propósito de ensinar técnicas mágicas básicas e instruir Métodos com os quais trabalhamos na Dragon Rouge. Mais tarde, você provavelmente descobrirá que existem certas técnicas que são mais fáceis de aprender e que são capazes de apresentar resultados mais fortes. Você pode, em uma fase posterior, escolher se concentrar principalmente nessas técnicas. Muitas vezes, um período mais longo de prática regular é necessário se alguém quiser alcançar resultados tangíveis, mas já na primeira meditação, ritual ou sonho você irá notar pequenas mudanças em sua Consciência, na sua experiência de existência e em si mesmo. O próprio fato de você estar tomando o primeiro passo para começar a prática mágica é um controle firme da sua vontade de uma maneira nova. A maioria das coisas que nós todos os dias fazemos são puramente rotineiras, pois o corpo precisa e sentimos as demandas de desempenho em nossa volta como necessárias. Alguns magos experimentarão dificuldades, em primeiro lugar, ao fazer algo que seja completamente escolhido por eles mesmos. Ninguém pode obrigar você fazer a sua vontade mas se você tem impulso por isso, então deve fazê-lo.

Na Dragon Rouge, escolhemos construir nosso trabalho mágico a partir de uma estrutura iniciática. Há muitas razões por trás dessa decisão:

1. A Dragon Rouge é um caminho único que, de forma sistemática e controlada, está trabalhando com as forças do caos e do lado sombrio da existência. Nosso propósito não é aniquilar-se em passo cego rumo ao caos. Nós não adoramos o princípio destrutivo, mas estamos usando as forças destrutivas para aguçar nossa consciência e nossa vontade. Para trabalhar com o caos, uma certa forma de ordem interna com estrutura é necessária. O mago está se dissolvendo com a mão esquerda e está criando com a direita, mas ele nunca deixa tudo desintegrar ao mesmo tempo.

2. Através do curso mágico, o mago, de forma sistemática, se familiarizará com técnicas que aqueles que fundaram a ordem trabalharam há muito tempo e, assim, ganharam um profundo discernimento. Os diferentes graus podem ser comparados aos diferentes níveis, digamos, de Artes Marciais: para ser capaz de trabalhar com determinadas coisas, você pode precisar do conhecimento dos níveis abaixo.

3. As iniciações têm uma função muito importante para você como mago, já que você pode construir seu Trabalho e concentrar sua vontade em torno delas. É sempre você quem vai decidir o tempo e a profundidade de seu próprio trabalho e sua experiência de iniciação também dependerão da energia e do foco que você investiu nele. Pela experiência, podemos dizer isso: as iniciações são geralmente muito mais poderosas do que o esperado. Elas se tornarão uma forma de pontos de conexão quando o Dragão Interno está abrindo novos portais através dos trabalhos mágicos.

Também é importante ressaltar que o trabalho mágico inclui tudo o que ocorre na vida do adepto e é expressado tanto no plano exterior como no plano interno. Tudo o que você faz conscientemente neste nesse nível, os trabalhos, os projetos que você segue, o conhecimento que você ganha, as pessoas que conhece são mais ou menos partes do seu trabalho mágico num geral. É uma vida inteira dentro de um processo – e talvez até mais.

O curso leva ao 1° grau (Lilith) e se liga à esfera terrestre, o nível do material e cria uma abertura no mundo profano, que permite ao mago entrar no caminho draconiano. O mago cria Uma fenda entre os mundos que o capacita a entrar em novos estados de consciência. Através da Iniciação no 1° grau, o mago entra na caverna de Lilith e, assim, abre as portas para o Mundo Astral. Mesmo que o sistema iniciático da Dragon Rouge se baseie na tradição negra, outros assuntos mágicos também serão apresentados neste curso. Um mago deve ter um conhecimento sobre a magia em todas as suas formas, também deve ter conhecimentos que não estão diretamente ligados à tradição das trevas.

A VONTADE COMO ARMA

O homem é provavelmente o único animal que fez da morte o seu ideal. Todos os outros animais estão lutando para sobreviver. As religiões da luz tentaram escapar do medo da morte através do instinto da morte, Thanatos. A magia das trevas é muitas vezes definida como magia do mal, dependendo do medo e sentimento daqueles que se não permitem viver verdadeiramente. A maioria das pessoas não quer ver a constante luta em seus arredores: a luta por uma carreira, a luta pela influência, a luta por Amor e dura luta pela paz. Eles não estão conscientes do fato de que a vontade é a arma do Mago. O treinamento mágico é uma ampliação da vontade. Isso dá uma vantagem que pode destruir toda Resistência desnecessária ao trabalho mágico. O mago aprende como trabalhar com a vontade dele em todos os aspectos da vida e a seguir rumo o seu objetivo. Ele ou ela sabe o que é importante e o que não é importante, e onde concentrar energia e onde a absorver. Viver de forma tal, transformará e desenvolverá o mago, e é isso que realmente conta. A vontade da maioria das pessoas é fraca e sem foco, o que os obriga a se submeter àqueles com Vontade mais forte. O sucesso na vida não é apenas baseado no talento e conhecimento, mas na vontade de ter sucesso. Nada no mundo pode substituir a vontade. O talento não pode. Nada é mais comum do que as pessoas talentosas sem direção ou foco em suas vidas. Genialidade não pode. Nada mais comum do que gênios não reconhecidos. A educação não pode. O mundo está cheio de pessoas bem-educadas que não alcançaram lugar algum. A vontade e a determinação são os únicos fatores que, por si só, podem causar milagre.

GUARDIÕES DA AMORAL

O cristianismo lutou muito para ensinar às pessoas o que é certo e errado. Pagãos em todo mundo deveriam ser transformados em piedosos cristãos, mesmo que a violência fosse necessária para convencer eles. A igreja cristã tinha o monopólio da “bondade” e todas as outras religiões ou filosofias foram, de acordo com este quadro estreito, criadas pelo Diabo para desviar as pessoas. O conceito cristão do que era bem e mal logo se tornou uma ferramenta de poder; se as pessoas não fizessem o que a igreja havia ordenado, era má. A principal regra moral no cristianismo sempre foi obediência. Somente através da obediência cega em relação às autoridades, o indivíduo poderia desejar a salvação. Mesmo agora quando o cristianismo começou a perder o controle sobre as pessoas, muitos dos seus conceitos morais sobreviveram. O cristianismo é uma religião fortemente dualista. Somente “bem” e “mal” existem.

Como o cristianismo é construído sobre a ética do dever, não podem existir nuances. Felizmente, a realidade não é simples. É impossível reduzir todas as ações em “bem” e “mal”, como, por exemplo, uma visão de uma ação maligna que produz bons resultados. Do ponto de vista mágico da Dragon Rouge, o problema com o conceito moral do cristianismo é que ele afirma ser universal. Para um mago sombrio, existe apenas um ensino moral subjetivo. Isso não significa, no entanto, que o mago não siga e respeite os acordos coletivos, uma vez que são necessários para que as pessoas possam coexistir e criar coisas juntas. O termo ética subjetiva muitas vezes é mal interpretado como imoral. A diferença entre a ética subjetiva e objetiva é que, com a ética subjetiva, o indivíduo pessoalmente distingue e escolhe o que é certo e errado e também assume pessoalmente a responsabilidade total por todas sua ações, enquanto a ética objetiva deixa o “dever” decidir o que é certo e errado e, portanto, se isenta da responsabilidade, enquanto segue o que se percebeu como regras. A maioria das pessoas deveriam ter base em uma combinação dessas duas perspectivas, com uma tendência para uma visão pessoal e coletiva.

Os homens da Igreja consideraram a sexualidade humana como suja: o diabo é usado constantemente como tentador das pessoas que cometem pecado e a única função para o sexo é criar filhos. Todo prazer faria as pessoas esquecerem o divino. Mas, para a maioria dos magos obscuros, o prazer é o significado de Sexualidade, uma vez que o prazer aumenta a vontade de viver e os ensinamentos obscuros estão de acordo com o sexo. A diferença de opinião nesses pontos de vista é que os ensinamentos da luz só veem o perigo enquanto o mago obscuro vê o significado real por trás dele. De acordo com as religiões da luz, o desejo de viver é a raiz de todo mal e de todo sofrimento. Assim, eles pregam que as pessoas devem viver sob um controle para que o desejo de viver desapareça. Tudo o que dá vida e prazer deve ser evitado desde que o sofrimento segue a alegria, assim a alegria é vista como o mal. Para um mago a vontade e o desejo de viver é um pré-requisito da existência. Assim, ele/ela procura aproveitar a vida. Muitos dos pensamentos por trás do hedonismo também podem ser encontrados na sabedoria obscura; o que é verdadeiramente bom é a alegria. Através da alegria, a vontade de viver aumenta, o indivíduo se transforma em uma pessoa mais viva e mais intensa experimentando a satisfação.

O sofrimento tem sido usado em muitas religiões para assustar. A pessoa pecadora é ameaçada pelo inferno ou um renascimento em uma vida cheia de sofrimento. O prepotente pensamento cristão achou que poderiam forçar as pessoas a amar através do medo de Deus, mas um amor forçado não é real e é por isso inútil. Só é capaz de criar conflitos entre ideais e instintos. As cruzadas ou as queimadas de bruxas são exemplos desse deus obscuro com sua “moral do amor”. Somente aqueles que são verdadeiros consigo mesmos podem realmente amar.

O mártir moribundo é interessante, mas potencialmente perigoso. A ideia de autoaniquilação completa por causa do outro é um ideal desequilibrado e destrutivo tanto para o indivíduo como para o mundo. A morte do mártir inevitavelmente lança uma sombra muito destrutiva, uma sombra que nós devemos conscientemente confrontar e possivelmente desintegrar, para evitar ser controlado por ela. O cristianismo perdeu sua aderência ao homem em certas áreas, mas deixou uma herança: o medo geralmente significa mais do que o amor.

A VOZ DE HARPÓCRATES

Em um antigo manuscrito egípcio, pode-se ler: “você saberá que todas as batalhas podem ser conquistadas através de Silêncio”. O silêncio sempre foi um dos estados mais difíceis para o homem. A criação de balburdia tem sido a maior prioridade, mesmo que existisse um desejo de silêncio. Todos os aspectos mágicos, filosóficos e as tradições religiosas enfatizaram a importância do silêncio. Os quatro princípios básicos da magia (chamados de 4 Pilares do Templo de Salomão) é SABER, OUSAR, QUERER e CALAR. No silêncio existe uma força que está além do discurso e as dimensões da fala. O estudante de magia deve aprender o silêncio. Não há uma demanda de que o aluno deve ser menos falante ou silencioso, mas ele deve poder ser assim internamente.

Um exercício importante, é o mago ficar completamente silencioso e não falar nada por certos períodos de tempo. Durante esses períodos, o mago deve evitar o contato com outras pessoas porque é mais fácil ficar em silêncio sozinho e em parte para poder ouvir o que o silêncio deve comunicar. É melhor se o mago puder fazer esse exercício em uma Floresta ou outra área Natural. Se alguém pode ficar em silêncio durante horas, o período deve ser então levado a vários dias. Isso pode soar como um longo período, mas é realmente breve em comparação aos magos que deixaram a civilização por meses ou anos para desfrutar de um completo silêncio.

O próximo passo é “desligar o diálogo interno”. A conversa interna constante de pensamentos que dominam a mente do homem mantém-se firmemente presa na percepção comum e limitada da realidade. Ao desligar esses pensamentos, a mente está aberta a uma nova realidade, e é bastante fácil desligar a mente e silenciar o diálogo interior, mas pode parecer uma tarefa muito difícil, já que muitas vezes somos dependentes de nossos pensamentos confusos. Acreditamos que os pensamentos são nossa identidade, nosso eu; mas a verdade é que eles nos impedem de ver nosso verdadeiro ser por seu incessante balbuciar. Mas, como mencionado acima, é muito mais fácil acalmar os pensamentos quando esses são entendidos e isso é o suficiente para tentar “pegá-los”. Uma história de Zen ilustra isso: Um monge pedindo ensinamento disse a Bodhidharma: – “Não tenho paz de espírito. Por favor, solte a minha mente” – “Coloque sua mente na minha frente”, respondeu Bodhidharma, “e eu a liberarei”. – “Mas, quando tento encontrá-la”, disse o monge, “não está em nenhum lugar”. -“Veja!” Bodhidharma gritou. “Agora eu soltei sua mente”.

Como humanos, temos a necessidade de nos refletir nos outros. Esta necessidade é especialmente forte durante a infância e início da idade adulta, o tempo durante o qual moldamos a imagem de nós mesmos. Mas nós também temos a necessidade de estar nesse quarto interno. Através de Harpocrates, o mago, com o tempo, constrói um templo interno. Ele deve diferenciar a imagem interna pessoal e o silêncio o levará para outras dimensões, mas o silêncio também se torna um escudo e uma arma para obter novos conhecimentos e sabedoria, porque neste silêncio há segredos que nunca podem ser falados. Também o mago deve mentalmente criar suas salas mágicas ou áreas de foco, que podem ser usadas quando, parcial ou totalmente, o físico não estiver acessível. Nesse caso, a sala mágica torna-se uma contraparte do astral e o material. A sala astral é muitas vezes chamada de Templo Interior ou Mágico, usado durante meditações, sonhos e viagem astral.

A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO INTERIOR

No nível físico, o mago usa salas mágicas que abrem portais para esferas ou dimensões além da mente mundana. Os quartos podem ser temporários, como quando o mago usa um círculo mágico que torna-se um espaço que permite o contato com outras realidades ou pode ser permanente, como lugares de culto, templos mágicos especiais. Pode também mentalmente e de maneira astral, o mago criar salas mágicas ou áreas de foco e tais serem visitadas ao acessar os estados mentais mágicos. O templo interior pode corresponder em parte ou totalmente à sala física mágica ou a algum lugar de culto. Neste caso, a sala mágica torna-se um espaço astral, pois isso permite que o limite entre o astral e o material diminua. A sala mágica também pode ser completamente imaginária e ser construída em torno de uma fantasia, imagem mental ou algo de uma visão de sonho ou astral. A sala astral é muitas vezes chamada de Templo Interior ou Templo Astral e é um lugar onde o mago se ausenta durante meditações, sonhos e viagens astrais.

A FADIGA

A fadiga tornou-se comum. É importante notar isso nas grandes cidades. É a principal doença entre as pessoas de hoje. Mas essa fadiga não tem nada com estado de cansaço; é de caráter psicológico, e para o mago, a fadiga é uma das maiores inimigas. O objetivo do mago é controlar a vida e criar situações favoráveis, e uma quantidade de energia é necessária para conseguir isso. Uma das primeiras tarefas para o mago entrar no caminho sombrio é começar a desconstrução das estruturas que o controlam. O mago deve se conscientizar das estruturas em que ele atua e que inconscientemente o influencia. Desta forma, elas podem ser controladas e, se necessário, aniquiladas. E então ele pode criar estruturas individuais, já que não é mais controlado pelas estruturas antigas. Na criação pessoal, o mago tem uma atitude ativa e criativa em relação à sua própria vida e, portanto, a fadiga não tem possibilidade de ocupar a mente. A fadiga é uma nuvem pesada sobre a mente e impede de ver o que está fora desta esfera sombria. A fadiga também impede o mago de abrir a mente para receber visões e experiências mágicas. A passividade no nível terrestre leva a passividade em outros níveis.

Um dos danos mais infelizes causados pela fadiga é a sua influência no sonho. Sonhar é um processo psíquico, mas a fadiga mental faz os sonhos ficarem enlameados e não claros. Eles se tornam mais difíceis de serem lembrados e impossíveis de controlar. Para o mago, o controle dos sonhos é um objetivo importante, mas a fadiga deve primeiro ser conquistada. Além disso, os resultados mágicos em geral são influenciados negativamente pela fadiga, uma vez que o mago corre o risco de perder fé nas suas próprias habilidades. Ao continuar ativamente o trabalho mágico, o mago está constantemente lutando contra a fadiga, e é as ações – não os resultados – que são mais importantes na vida do mago. A magia é o caminho da ação, fazer é magia. Ao forçar-se a ser ativo, o mago alcançará automaticamente os resultados desejados.

A maioria das pessoas desperdiça muita energia em tempestades emocionais exageradas. Um mago deve evitar cuidadosamente desperdiçar qualquer energia em situações e ocorrências sem sentido na vida e seus arredores. Toda energia é necessária no trabalho mágico e nos grandes objetivos da vida, sentimentos negativos sugam o mago como um vampiro e não deixam sobrar nada. É bastante interessante que os magos que fazem Maldições em um estado de raiva raramente atingem resultados, pois eles desperdiçaram toda a energia em si mesmos com sua raiva. Ao não desperdiçar energia em coisas insignificantes, o mago é capaz de direcioná-la para a Iniciação e alcance de um nível uniforme de poder e consciência. As estruturas mencionadas acima, no ambiente do homem, criam uma fechadura sobre a força vital e aliviando essas estruturas, a força vital é liberada. Um mago deve ser independente de todas as ideias, concepções , normas e convenções que compõem essa estrutura. Só então pode-se despertar a energia interna – a Força que é simbolizada pelo Dragão. Pode-se usar meditação, hipnose, trabalho criativo, sonhos e Trabalho Mágico. As medidas acadêmicas do despertar da Kundalini apresentaram concretos resultados de que essa força é real e pode destruir a fadiga. O local mais adequado para tais trabalhos esta na natureza; a noite, com apenas formas naturais em volta, o mago facilmente poderá abrir a mente para o Dragão. É através destas selvagens Formas que o dragão externo aparece.

EXEMPLOS DE MÉTODOS PARA COMBATER A FADIGA

Esforce-se para fazer todas as ações (e não ações) ativa e conscientemente. Mesmo dormir deve ser um ação ativa e planejada com base em um propósito formulado. Ao ir descansar, o mago pode se perguntar se é realmente necessário ou um sinal de passividade; deve-se usar todas as oportunidades para ações criativas. O descanso corporal também pode ser alcançado durante atividade intelectual e o descanso mental pode ser alcançados quando pratica-se atividades físicas. Durante a meditação, concentre-se nesse propósito de desenvolver e abrir a mente, também é possível obter uma quietude mental e física dentro desse propósito. No entanto, a meditação nunca deve ser uma desculpa para a indolência. A meditação nunca deve ser praticada na área de dormir e toda ação deve ser ativa e ter um propósito que o mago pode representar e uma atividade consciente. Uma vez que assistir TV pode facilmente levar à passividade, o mago deve evitar muito tempo nessa ação e escolher cuidadosamente as coisas que são realmente consideradas dignas de ser vistas. Se o propósito para assistir é recreação, deve-se ponderar se esta é realmente a melhor maneira de alcançá-la. Um recebimento completamente passivo de entretenimento vazio muitas vezes tem uma influência negativa sobre a realidade e os sonhos. Um mago não deve, no entanto, participar de ações insignificantes, e também é importante dar tempo à não-ação, na qual a mente pode descansar e os impulsos criativos podem surgir livremente.

Exemplos de não-ação são: sente-se em um lugar calmo, numa área natural e simplesmente contemple o céu ou entre em uma floresta sem quaisquer fins pré-concebidos. Outro aspecto importante para manter o nível de energia e o foco alto é a luz e o ar fresco. Esses são fatores importantes para remover a fadiga. Um dia é idealmente iniciado com uma caminhada, também recomendado para aumentar a aptidão física, pois o físico ruim pode causar fadiga também no plano mágico. Os maus hábitos alimentares podem causar cansaço e fadiga, a comida vegetariana dá certa leveza desde que o corpo não precise usar tanta energia. Uma mudança para comida vegetariana terá uma Influência positiva sobre o funcionamento da Kundalini e o astral, uma vez que geralmente contém um valor maior de prana e nutrição.

Um mago não deve desperdiçar sua força vital em coisas pequenas e situações frívolas. Ao permitir-se ser sugado por tais situações, o mago se degrada e também tudo o que ele sabe. Um mago deve usar sua força vital para atingir seus objetivos. A falta de objetivos significativos leva a passividade. Deve constantemente ter metas concretas para que esteja sempre ocupado progredindo em direção a alguma coisa. É preciso tanto objetivos maiores quanto pequenos. Trabalhando em sua direção e por alcançá-los, o mago terá prova da própria força e possibilidade de lutar contra a fadiga e a passividade. E será como um com suas ações e com o presente aqui e agora para agir como objetivo orientado e não é viver em sonhos do futuro.

EXERCÍCIOS DO PRIMEIRO MÊS

Esses exercícios estão agendados mês á mês, mas isso não significa que eles devem terminar após um mês. Aqui, você encontrará exercícios básicos que são úteis ao longo da iniciação mágica. Eles são para ser visto como sugestões para a prática e é recomendável que você tente todos. Mas eles não devem ser visto como limitações; se você quiser adicionar ou remover alguns, o que, é claro, pode ser feito discutindo com sua pessoa de contato, fique a vontade. O que é fundamental é o desenvolvimento de certas habilidades (foco, concentração, conscientização, força de vontade, etc.). O curso pode ser concluído em seis meses, mas geralmente levará pelo menos um ano ou mais. Dependendo da sua experiência anterior, você encontrará um cronograma. Isso é adequado ao discutir com sua pessoa de contato. Um mago deve evitar o “tudo ou nada”. Se alguém não for capaz de fazer o que foi planejado diariamente, deve-se fazer o máximo possível para chegar próximo. O que não pode ser feito um dia será feito no próximo. É melhor fazer algo do que nada. Mas, novamente, é preciso ter cuidado com a indolência e fadiga.

1ª – 3ª SEMANAS

Exercícios Básicos de Vontade e Concentração. Faça uma lista completa descrevendo o que você deseja realizar através da magia e por que você quer ser um mago. Isto é apenas para uso pessoal pois é exigido toda a honestidade. Durante o tempo deste curso, esta lista será a base para regular (diariamente, se possível) meditações sobre a vontade e as ambições. A lista é alterada com o progresso no caminho mágico.

Meditações Regulares (Pelo Menos 15 Minutos por Dia) para Silenciar o Diálogo Interno:

1 – Tente encontrar um período em cada dia em que você pode ficar só. Sente-se confortavelmente com as costas retas. Tente relaxar cada músculo. Se você estiver muito tenso, pode ser bom esticar esta área primeiro. Pode-se também apertar cada membro, um de cada vez, e respire expulsando a tensão simultaneamente.

2 – Esteja ciente da sua respiração. É lenta ou rápida, alta no peito ou no fundo do estômago? Faça algumas respirações profundas para preencher-se, mantenha a inspiração por menos tempo que a expiração. Em seguida, proceda para encontrar uma respiração profunda e uniforme. Deve estar ciente dos períodos entre as respirações. Nessas meditações básicas, a respiração deve ser calma e não deve forçar a respiração demais.

3 – Tente sentar-se completamente imóvel numa postura e mantenha-a durante toda a sessão. Quando tentar silenciar o diálogo interno, a mente focará a atenção em todos os tipos de perturbações como dor, posição desconfortável ou forte impulso para se mover. Tente resistir a esses impulsos. Experimente-os e deixe-os de lado e acabarão por desaparecer.

4 – Silêncio do diálogo interno: deixe os pensamentos fluírem e não lhes dê atenção. Tente concentrar sua mente em outra coisa, como a respiração. Experimente como a consciência torna-se mais clara (evite adormecer).

Comece a Escrever um Diário dos Sonhos. Anote seus sonhos toda vez que você acorda, pois isso irá construir uma ponte entre a mente onírica e a consciência de vigília. Fique na cama por um tempo pensando sobre seus sonhos e evite pensar em outra coisa. Se apenas fragmentos forem lembrados, escreva eles assim mesmo. Pode também tentar acordar-se no meio da noite e imediatamente escrever o que foi sonhado. Isso levará a sonhos mais tangíveis e uma lembrança mais clara deles. O primeiro passo para um trabalho de sonho bem sucedido é dedicar energia e tempo para descobri-los.

4ª SEMANA

Continue as meditações diárias e o diário dos sonhos. Realizar uma ação concreta que exige coragem e vontade (é importante que isso seja algo que você realmente quer) será importante. Entre em contato com alguém que você deseja conhecer há muito tempo, solicite uma promoção no trabalho, pare de fumar, fique acordado várias noites, exceda o seu registro pessoal em algo que você é excelente, e também faça algo que você é péssimo, mas em que você gostaria de ser melhor. O que você vai fazer é importante pelo fato de exceder suas limitações; a ação é o que importa.

LEITURA OBRIGATÓRIA

Qabalah, Qliphoth e a Magia Goética, de Thomas Karlsson.

LEITURA RECOMENDADA

Porta para o Infinito por Carlos Castañeda (Assim como os outros livros da série). Os livros de Castañeda e sua iniciação na realidade mágica através do mago indiano Don Juan receberam uma má reputação imerecida devido à sua popularidade entre os hippies e movimentos liberais. Na verdade, esses livros são bem escritos, assim como magicamente profundos e podem ser um boa introdução à magia negra.

SOBRE O REVISOR

Ícaro Aron Soares, é colaborador fixo do PanDaemonAeon e administrador da Conhecimentos Proibidos e da Magia Sinistra. Siga ele no Instagram em @icaroaronsoares, @conhecimentosproibidos e @magiasinistra.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *