Existe uma tradição respeitante à origem do nome Baphomet que merece ser registrada, mesmo que não seja autêntica, não tendo quaisquer defensores atuais.
Esta tradição encara o nome como derivando de [boubastis] – o nome Grego para a deusa egípcia Bastet, registada por Heródoto (2137 ff). É interessante que Heródoto identifique a deusa com Ártemis, a deusa da lua. Bubastis era vista como a filha de Osíris e Ísis e frequentemente representada como uma fêmea com a cabeça de um gato – os gatos eram considerados sagrados para ela. Ártemis era uma deusa não movida pelo amor e era vista como a irmã gémea de Apollo (a identificação dela como uma ‘deusa lunar’ derivou naturalmente disto já que Apollo estava relacionado com o sol). Tal como Apollo, ela frequentemente enviava morte e pragas, e era por vezes presenteada com sacrifícios.
É interessante que (a) [boubasteia] é o nome Pitagórico para ‘cinco’ [vide Iamblichus: Theologumena Arithmeticae, 31] – talvez uma ligação com o ‘pentagrama’?; (b) dizia-se que os Templários, com os quais o nome Baphomet é associado, veneravam a sua divindade sob a forma de um gato.
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A tradição registada acima, e a descrita na parte 1, ambas representam Baphomet como uma divindade feminina – e ambas são tradições esotéricas, portanto não registadas. É possível que ambas estejam corretas, isto é, que o _nome_ Baphomet deriva (tal como mencionado na parte 1) do Grego [baphē mētra]: referindo-se o prefixo a estar manchada ou molhada em sangue. O sufixo deriva de ‘mãe’ ou ‘senhora’ usado num sentido religioso (vide Iamblichus ‘De Mysteriis’). Este nome – Baphomet – é portanto descritivo para a deusa “sombria” (lunar), a quem sacrifícios eram feitos, e que era na realidade conhecida em tempos antigos como ‘Bubastis’ – isto é, Bastet, para a qual os gatos eram sagrados. Assim, Baphomet podia ser vista como uma forma de Ártemis/Bastet – uma divindade feminina com um lado ou natureza ‘sombria’ (quando vista segundo a moralidade convencional) a quem sacrifícios eram, e continuam a ser, feitos. A tradição Sinistra vê Baphomet como a esposa de Satanás/Lúcifer – isto encaixaria bem uma vez que Lúcifer é frequentemente visto como uma forma de Apollo: Ártemis é a forma feminina (‘irmã’) de Apollo. Aqui, deve ser lembrado que tanto Apollo como Ártemis não eram divindades etéreas, morais e sublimes (os deuses clássicos foram romanticamente mal interpretados) – eles podiam ser, e eram frequentemente, mortais e ‘sombrios’: ambos ‘sinistros’ e ‘luminosos’.
Traduzido por Alektryon Christophoros
Adaptado para o português brasileiro por AShTarot Cognatus
Adaptado para o português brasileiro por AShTarot Cognatus
– Ordem dos Nove Ângulos –

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