Entre Emissários e Aliens

Por HAMAHEL, o Habitante do Vazio.

O que apresento aqui é o efeito da expansão da Luz Irrefletida e irá acender apenas naqueles cuja Chama Negra se faz latente e, sendo assim, combustível para alimentar sua queima. Vós sois, em consciência, fragmento de Ain (“o nada da divindade em sua Plenitude do Vazio; o Não-Ser”), porém somente através do atavismo podereis resgatar a compreensão de tal alusão. É chegada a hora, após milênios de evolução intelectual, de compreender aqueles que habitam o cosmos e o meta-cosmos e também suas funções na Obra. Dito isto, é necessário delimitar os lados, sendo eles de Ain Sof. Ao desejo da separação entre lados conflitantes, torna-se necessário mais um ato de restrição daquele que desejou não voltar. E assim, se deu Ain Sof Aur e cada vez mais espaço criou-se entre o Estado Original e a Luz Pensativa. Nesse ínterim, a Luz Irrefletida ao abraçar o Vazio gerado pelo distanciamento, torna-se um Abismo. Àqueles que compreendem a gestação das Qliphoth, que derivam de Tohu (Caos), Bohu (Vazio) e Chasek (Escuridão), podem compreender que, a partir das Qliphoth, emanações constantes surgem para oprimir os feitos da Luz Pensativa. E estas são chamadas então de Emissários que se desdobram em Arautos numa cadeia de emanações, e seguem sem fim sintetizando hierarquias e legiões. Por tais agentes facilmente transitarem entre o cosmos e o meta-cosmos, acessá-los é uma questão de entrar em ressonância através das partes mais aprofundadas de nossa psique usando os desdobramentos da mesma, que nos leva a obter a abertura necessária para receber a gnose destes. Em contrapartida, o Ain Sof Aur também tem suas emanações restritivas com os Arcontes que governam os sete círculos da criação e gerenciando aeons, para manter as consciências na prisão demiúrgica, atordoando-as com ilusões. As criações nefastas de tais Arcontes se conectam também aos acessos da consciência humana por desdobramento e induzem “verdades absolutas” dentro de um aeon, temor e a necessidade de uma salvação que venha de forma externa ao indivíduo, externa a nós mesmos. Deixando-o, portanto, cego de todo seu potencial, e aniquilando qualquer vestígio atávico, resultando em sua Chama Negra jamais se acender.

Toda emanação de Ain Sof Aur encontra-se no cosmos, alguns possuem uma natureza denotando algo externo a, porém ainda cósmicos, e estes são aliens. Enquanto os desdobramentos do Outro Lado, Arch Demônios que regem as Qliphoth e seus emissários a seguir, a natureza dos Emissários, independente de hierarquia, por necessidade de introjeção no plano causal, toma forma e nome, e podem transitar entre os Véus do Abismo. Saber distinguir a natureza de cada emanação (cósmica ou meta-cósmica) é crucial para aqueles que buscam manter acesa a Chama Negra. Caso contrário serão facilmente levados ao engano e se tornarão marionetes demiúrgicas até mesmo seguindo doutrinas satanistas corrompidas, como acontece em algumas ordens e organizações da mão esquerda, o que chamo de satanismo demiúrgico, como o que se transformou os protótipos transgênicos da O9A, especificamente a TOB que, nitidamente exala as intenções do Arconte Alien. Trabalhar com a quebra das correntes cósmicas é acender uma tocha em uma caverna de ursos, e se o adepto não estiver ancorado em consciência às emanações do Outro Lado, será corrompido e ficará totalmente inebriado por impulsos e sensações primitivas, seguindo assim um caminho de autodestruição, completamente oposto ao da autodeificação e apoteose. Essa é a real diferença entre um luciferiano e um homo hubris. Enquanto humanos, há que se entender como trabalhar com nossas próprias limitações de modo a não sermos subjugados por elas, mas conseguirmos transcender apesar delas e os emissários cumprem bem essa função. O atavismo vem como um resgate a características ancestrais que se busca despertar no agora, conectando todas as linhas temporais. E é um exemplo conciso de como utilizarmos a nós mesmos no caminho para recepção destas emanações e ascensão da Chama Negra. Tocar o Outro Lado vem carregado de dor, a dor da consciência. Essa consciência nos apresenta à esfera de Daath, ela é tanto uma chave quanto uma porta. A consciência do Todo e do Nada, da Ordem e do Caos, do Tudo e do Vazio, todos são contidos nesta esfera. O caminho que o Habitante do Vazio revela é uma volta ao Ain, sem atalhos, devo acrescentar. Esse caminho é satanista em cada pensamento, reflexão e suspiro, é anticósmico por sua natureza primordial e inflexível. Na psique humana há chaves, há caminhos por onde podemos nos conectar em gnose com qualquer que seja a divindade ou entidade. E são pelas armadilhas do ego e do id que os humanos são feitos cativos dos arcontes do demiurgo e vivendo inebriados Aeons. Então eu te provoco, você é capaz de dar um salto para o verdadeiro abismo que habita em ti para nos encontrarmos do outro lado?

O TOQUE

Por que busca tanto por uma chave se não há portas?

Por que aguarda um comando de voz se aqui o único som é metal flutuante?

Busca tanto por um caminho certo que, de tão errante, nada está enxergando. Avante! Ainda estou lhe chamando!

Há anos luz à frente, não atrás, estou aqui. Não pense, sinta! O gosto das cores, o cheiro do tempo, o toque que penetra sem nada tocar pois não há limites no horizonte. Não há como mensurar, pois medidas são limites, e limite é a linguagem das formas. Não há mais o que esperar!

O tempo não passa, o tempo é uma ideia que um dia foi brilhante, mas a noite é translúcida e se vê além de.

Uma estrela errante rasga o espaço e se faz luz em tudo que toca com sua destruição, engolindo qualquer vestígios do que já existiu.

O que é existir senão a única sensação de ser. Tudo o que tem consciência, é. E vibra, e pulsa, e se sente em todo o nada que é tudo o que há.

Não há de se criar, ao final se volta ao início, reintegrar.

Volte! Você só precisa acordar.

REFERÊNCIAS

1. O Livro do Sitra Ahra – O Grimório dos Dragões do Outro Lado; N.A-A.218.

2. Liber Azerate – O Livro do Caos Colérico.

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