
Manuscrito da ONA
Por Anton Long. Tradução de Ícaro Aron Soares, @icaroaronsoares, @conhecimentosproibidos e @magiasinistra.
INTRODUÇÃO
A maioria dos axiomas e breves elucidações a seguir fazem parte da tradição auditiva de Camlad que foi, há cerca de quarenta anos, incorporada à associação esotérica A Ordem dos Nove Ângulos. O restante são minhas próprias elucidações e desenvolvimento da tradição, com algumas dessas elucidações minhas usando a terminologia e ontologia de causal, acausal e nexions. [1]
No texto Auf dem Wasser zu singen: Mais Uma Entrevista com Anton Long – primeira distribuição em 114af/2003eh – mencionei brevemente as estações alquímicas em resposta a uma pergunta que me foi feita:
“Uma estação alquímica é um processo natural que ocorre na Natureza, e também em nós mesmos, que somos seres da Natureza. Elas são Mudança; uma dialética natural… Há também, é claro, estações alquímicas cósmicas, algumas das quais conhecemos — em termos de seus começos e seus fins — por vários eventos astronômicos observados, frequentemente relacionados a alinhamentos estelares ou planetários…”
Antes e depois da distribuição desse texto — como agora, e especialmente desde a publicação de Naos em 1989 d.C. — houve e há muita especulação e alguns mal-entendidos a respeito de estações alquímicas; especulação e mal-entendidos que este novo texto deve ajudar a dissipar.
O layout numerado particular/peculiar dos axiomas e elucidações neste texto é meu, e esse layout é muito menos formal na seção sobre Estações Alquímicas, já que lá eu frequentemente simplesmente recontei ou recontei a própria tradição auditiva. O layout numerado particular/peculiar foi originalmente empregado por mim, décadas atrás, como um aide-mémoire pessoal.
Incluí uma seção não numerada de minha própria criação que dá alguma explicação sobre as estações alquímicas.
Deve-se notar que por alquímico aqui se entende a ciência esotérica associada ao azoth e outras ‘coisas’ esotéricas. Esta é a ciência da mudança/alteração/compreensão dos seres vivos e outras substâncias, por uma simbiose/interação entre o alquimista e tais seres/substâncias. Que é ‘a alquimia proibida’ de algumas tradições ocultas, e que tipo de alquimia, e tal simbiose, tem sido o assunto de, ou mencionado em, vários MSS da ONA durante os últimos quarenta anos. Por exemplo:
” O segredo do Mago/Musa que está além do Grau de Mestre/Senhora Mestre é uma simples unidade de duas coisas comuns. Esta unidade é maior do que, mas construída sobre o pelicano duplo sendo interno, mas como o estágio de Sol, externo, embora em menor grau. Aqui está a água viva, azoth, que cai sobre a Terra nutrindo-a, e da qual a semente floresce mais brilhante que o sol. A flor, devidamente preparada, divide os Céus – é o grande elixir que vem disto que, quando tomado no corpo, dissolve Sol e Luna trazendo Exaltação. Quem tomar este Elixir viverá imortal entre as estrelas de fogo…”
O que em essência significa que “do pelicano duplo vem Azoth”.
Um exemplo particular de tal simbiose – de tal alquimia – é o ‘perfume’ esotérico Petriochor [qv. A Tradição Sinistra – Notas Adicionais publicado em Fenrir Vol.3 #2]. A produção deste ‘perfume’ durante uma estação alquímica específica é difícil, e leva uma certa duração de Tempo causal, mas o que imbui o produto final, após a destilação, com valor esotérico – com energia acausal/o sinistramente numinoso – é a interação/simbiose que ocorre entre o alquimista e as substâncias, e quais substâncias são todas parte do ser vivo que é a Natureza.
O TEMPO
1. O Tempo é Numinoso [2] – isto é, de seres vivos, e portanto biológico não linear (de-causalidade). Portanto, o Tempo não pode ser re-apresentado ou medido por um calendário causal fixo, solar, lunar ou outro.
1.1 Assim, o Tempo varia de acordo com a Physis. Isto é, varia de acordo com a natureza, o caráter, da entidade viva que o manifesta – presenças – ele.
2. Há uma variedade de espécies diferentes de Tempo.
2.1 Assim, nossa espécie de Tempo difere daquela das outras entidades/seres/emanações vivas, habitando a Terra ou não.
3. O Tempo é uma Fluxão [3]. Ou seja, o Tempo já é inerente aos seres vivos, parte de sua físis.
3.1 Cada ser vivo tem uma Fluxão apropriada para – que re-presenta/manifesta/presença – sua physis e, portanto, que é apropriada para/manifesta seu tipo/espécie de vida.
3.1.1 Assim, o tempo linear – conforme medido por um calendário causal fixo e/ou conforme definido por coisas como a razão de distância e velocidade de um objeto físico – é Aparência/Abstração, não Realidade.
3.1.2 Esse tempo linear, portanto, re-presenta apenas a physis/natureza causal de objetos materiais/matéria e, portanto, manifesta a physis/natureza do causal.
3.2 Uma Fluxão manifesta o que é a-causal. Isto é, como um ser vivo em particular muda/se desenvolve/se manifesta.
3.2.1 Uma Fluxão tem uma aparência externa (exotérica) e uma natureza/físis interna (esotérica).
3.2.1.1 A aparência externa é como o ser é percebido para mudar/se desenvolver/crescer/decair.
3.2.1.2 A natureza interna é como o ser pode, pode ou poderia mudar/desenvolver/crescer/decair pelo uso de artes/habilidades tradicionais/esotéricas/alquímicas.
3.2.1.2.1 Um conhecimento dessa natureza interna é um presente do Rounwytha.
3.2.1.2.1.1 Este presente pode ser cultivado pelo desenvolvimento e uso da empatia esotérica.
3.3 Como o Tempo é uma Fluxão e alquímico, um Rounwytha pode ser capaz de alterar/mudar/manipular/tecer o Tempo.
AS ESTAÇÕES ALQUÍMICAS
4. Uma Estação Alquímica é um meio de medir/determinar/conhecer fluxões e, portanto, um meio de conhecer os seres vivos e como eles mudam ou podem ser mudados.
5.1 Assim, uma Estação Alquímica é frequentemente a melhor/apropriada ‘estação’ para conhecer/conhecer/celebrar emanações particulares presentes a nós como seres vivos, ou colocações particulares de tais seres, e/ou a ‘estação’ para iniciar uma mudança ou mudanças particulares.
6. Esta ‘estação’ varia de acordo com a natureza/espécie/tipo de ser/entidade viva/emanação, e frequentemente difere de emanação individual para emanação individual de cada tipo/espécie.
7. O conhecimento das Estações Alquímicas é tradicional/aural e encontrado/descoberto por cada Rounwytha.
8.1 Cabe a cada Rounwytha determinar a veracidade ou não de tal tradição auditiva por seu próprio conhecimento pessoal.
9.1.1 Este conhecimento deriva da empatia esotérica.
10. Uma dessas colocações de emanações/seres vivos é a Natureza.
10.1 Esta colocação em particular contém uma grande variedade de tipos de seres.
11. Outra colocação de emanações é o Cosmos.
11.1 Esta colocação em particular contém entidades/vida tendo emanações acausais/ser-acausal, entidades tendo emanações/ser causal-acausal e entidades manifestando emanações causais (um ser causal).
11.1.2 Seres/emanações acausais-causais são nexions entre causal e acausal.
12. O início e o fim de certas Estações Alquímicas são frequentemente associados com, ou insinuados por, certos fenômenos naturais ou cósmicos observados.
12.1 Essas associações e intimações são frequentemente dependentes do local e geralmente sujeitas à deriva Cósmica e Aeônica.
12.2 Tais fenômenos observados incluem aqueles conectados com a Natureza e aqueles conectados com ‘corpos celestes’, isto é, com o Cosmos.
12.2.1 Aqueles conectados com a Natureza incluem o comportamento dos seres vivos que habitam a Terra, sencientes ou não; a fluxão das estações da Natureza e certos padrões ou certos fenômenos do “clima”.
12.2.2 Aqueles conectados com o Cosmos incluem o ritmo observado de colocações de estrelas (constelações); a ocultação do Sol pela Lua e de certas estrelas pela Lua; o ritmo observado de planetas observáveis; e o primeiro surgimento de certas estrelas acima do horizonte de Rounwytha conforme determinado pela fluxão das estações da Natureza.
12.3 Tais associações com fenômenos naturais ou cósmicos observados não significam ou implicam que tais fenômenos causam ou são a origem das mudanças, a fluxão, dos seres vivos.
12.4 Associações/intimações conectadas com a Natureza são algumas vezes conhecidas como Marés da Terra.
12.4.1 Associações/intimações conectadas com o Cosmos são algumas vezes conhecidas como Marés Cósmicas.
13. Certas Estações Alquímicas formam o calendário natural usado pelos Rounwytha.
A NATUREZA DAS ESTAÇÕES ALQUÍMICAS
Assim, será visto que as Estações Alquímicas são de vários tipos e servem ou podem servir a diferentes funções.
Por exemplo, certas Estações Alquímicas são e eram como os Rounwytha determinavam – conheciam e entendiam – as mudanças da Vida ao redor deles. Ou seja, como eles calculavam o Tempo e as fluxões do Tempo que se manifestavam como seres vivos – por exemplo, a vida, a doença, a previsão da morte, dos humanos; e os ritmos naturais da Natureza e do Cosmos.
Esse conhecimento de “tempos propícios” auxiliou, e muitas vezes possibilitou, sua feitiçaria; seu uso e manipulação de certas energias – emanações ou fluxões – para uma variedade de propósitos, pois também os capacitou a usar suas habilidades em relação a questões como doenças e suas curas.
Por exemplo:
” Um certo conhecimento de ervas era/é uma habilidade Rounwytha útil, e parte desse conhecimento poderia ser, e às vezes era, adquirido de um Rounwytha mais velho. Mas, em essência, tal conhecimento é um conhecimento que surge do desenvolvimento e uso de habilidades como a empatia esotérica, de modo que tal conhecimento aprendido (conhecimento causal) apenas e sempre complementaria o conhecimento pessoal (o conhecimento acausal) que tais habilidades transmitiam. A empatia esotérica, combinada com a habilidade de intimação, permitiria que a natureza, o caráter [a physis, a essência] das plantas vivas fossem descobertos e, assim, suas qualidades pessoais conhecidas e apreciadas. Da mesma forma, um conhecimento do que pode afligir uma pessoa é, para o Rounwytha, apenas um conhecimento acausal – surgindo do emprego das habilidades, capacidades e qualidades de um Rounwytha, e não algo aprendido de outra pessoa ou de livros.
Portanto, os Rounwytha não precisam de adereços, nem de formas causais externas, nem de cerimônias esotéricas, rituais, cânticos ou o que quer que seja. Eles simplesmente são — eles simplesmente são eles mesmos, com seus dons, suas habilidades, suas fraquezas, seu conhecimento e suas habilidades.”
– O Caminho Rounwytha — Nosso Arquétipo Feminino Sinistro.
Assim como tais habilidades, o calendário dos Rounwytha — sua tecelagem das fluxões aparentemente díspares, sua contabilidade das fluxões — foi derivado de seu conhecimento esotérico pessoal, sua empatia com os seres da Natureza, com o ser da Natureza e com o ser do Cosmos, e por sua conexão com sua comunidade rural local. Ou seja, daqueles que e aquilo que eles conhecem pessoalmente, e daquilo que eles observam e vivenciam pessoalmente.
Assim – dado que a tradição Rounwytha era pertinente a uma certa área do que hoje é conhecido como Grã-Bretanha – algumas das estações alquímicas mais importantes, e daí seu calendário sazonal (‘anual’), eram aquelas conectadas com o fluxo, o ritmo, da Natureza onde eles habitavam, já que a estação da vida diária, comunitária e local – a vida de pequenas comunidades rurais, afins, onde a habilidade, o conhecimento e o conselho do pagão Rounwytha encontravam favor e eram frequentemente confiáveis – seria uma onde questões como as estações de cultivo e busca de alimentos eram importantes, assim como os estágios da vida de um indivíduo, assim como certas celebrações e propiciações.
O ‘tempo’ favorecido na primavera, por exemplo – o tempo sazonal tradicional de semear, semear e plantar – seria conhecido, descoberto, localmente pelos Rounwytha usando sua habilidade, sua empatia e, sendo uma fluxão da Natureza em sua localidade, tal ‘tempo’ favorecido em sua chegada variaria de ano para ano. Da mesma forma com as estações começando/terminando com o que agora é conhecido como Solstício de Verão e Inverno, os dias mais longos e mais curtos em tais locais do norte. Eles não seriam encontrados – ‘conhecidos’ – por algum cálculo causal ou observando o alinhamento do Sol com algumas pedras em algum círculo (ou o que quer que seja), mas sim seriam o que são naturalmente, que é meio do Verão e meio do Inverno, e que variam de acordo com quando a Primavera chega, e o Verão chega, e o Outono chega em uma localidade específica. [4]
Da mesma forma com uma celebração como The Gathering, que marcaria uma colheita bem-sucedida:
” A celebração – a reunião, a lembrança e a festa – que agora é frequentemente conhecida como Samhain (e que de acordo com a tradição Rounwytha era simplesmente chamada de The Gathering) variava de ano para ano e de localidade para localidade, sua ocorrência determinada por quando o que tinha que ser reunido, preparado e armazenado em prontidão para os próximos dias de Inverno tinha sido reunido, preparado e armazenado. Isto é, o dia de sua ocorrência dependia até certo ponto do clima, da saúde, do tempo e do número daqueles que assim coletavam a colheita e armazenavam os produtos, e de questões tão importantes como quais safras eram cultivadas, quais frutas estavam disponíveis, que gado era mantido e quais combustíveis estavam disponíveis prontos para serem armazenados para os incêndios necessários da próxima estação mais fria. Comunidades dependentes da pesca ou aquelas que dependiam de caça ou necessitavam de tal caça ou peixe para suplementar uma dieta de outra forma escassa teriam naturalmente prioridades um pouco diferentes e, portanto, sua data para tal Reunião comunitária poderia diferir de outras comunidades. Portanto, a data da Reunião variaria de ano para ano e de localidade para localidade, e às vezes seria em direção ao que agora é denominado outubro e às vezes em direção ao final do que agora é denominado setembro, ou em algum lugar no meio. Foi só muito mais tarde, com a chegada da religião moralizadora organizada e alienígena do Nazareno, com seu sistema de calendário solar (derivado da Roma imperial hierárquica urbanizada) e celebrações definidas das mortes de certos Nazarenos santificados ou importantes (principalmente em terras distantes), que uma data específica seria usada, pelo menos em comunidades que haviam sucumbido às abstrações de tal religião e, portanto, abandonado sua cultura ancestral e tradições e costumes populares.”
– Denotatum – O Problema Esotérico Com Nomes
O que tudo isso significa é que as Estações Alquímicas são uma maneira de “ver” o mundo; de entender, conhecer, a Natureza, nós mesmos e o Cosmos. De entender nossas várias conexões. Bem como saber quando certas ações, atividades – como feitiçaria – podem ter uma chance melhor de sucesso, dado que tais ações, atividades, são apenas aspectos do fluxo da Natureza, da Vida, do Cosmos: são emanações de nosso próprio nexion microcósmico. Ou as Estações Alquímicas revelam quando é sábio – uma ação equilibrada – celebrar algumas coisas.
Existe, portanto, uma maneira muito pagã – bastante natural e tradicional – de conhecer, desprovida de tempo linear e limitador, e desprovida de abstrações.
Anton Long
Ordem dos Nove Ângulos
123 anos de fayen
NOTAS
[1] Minhas elucidações são principalmente de terminologia ou expressão de palavras. Assim, substituí alguns termos antigos/vernáculos/obscuros e ocasionalmente alquímicos por termos gregos ou ingleses posteriores, um caso em questão sendo meu uso de um termo grego como Physis. No entanto, mantive vários termos mais antigos.
Meus axiomas são os seguintes: 3.1.1, 3.2, 3.2.1.2.1.1, 9.1.1, 11.1, 11.2
A propósito, como mencionado em outro lugar, Rounwytha – como sua etimologia deixa claro – era apenas uma palavra local, dialética, para um tipo de feiticeira hereditária: para ‘a mulher sábia e astuta’ do mito e lenda britânicos.
[2] Apesar da crença agora comum de que o uso da palavra ‘numinoso’ é bastante recente, derivado dos escritos de Rudolf Otto, sua primeira ocorrência em inglês – até agora descoberta – é em um tratado religioso publicado em Londres em 1647 d.C., intitulado The simple cobler of Aggawam in America. Willing to help mend his native country. O autor, Nathaniel Ward – um acadêmico do Emmanuel College, Cambridge, um clérigo inglês e um apoiador puritano – emigrou para Massachusetts em 1634 d.C.
[3] O termo fluxion data do século XVI (d.C.) e implica tanto uma mudança que ocorre naturalmente quanto uma que surge de ou por causa de si mesma, ou seja, um eflúvio.
“Se a fluxão deste instante Agora não Afeta Aquilo, nada saberá aquele Tempo.” John Davies: Mirum in Modum, 1616 d.C. John Davies foi um acadêmico do Queen’s College, Oxford; um antiquário e um professor de Direito.
[4] Cálculos causais exatos de tal fenômeno eram irrelevantes para tais comunidades rurais antigas, e a crença de que eles eram importantes ou necessários é apenas uma reinterpretação retrospectiva e a projeção de abstrações causais modernas em tais comunidades.
Tais comunidades não viviam em um mundo determinado por durações fixas e medidas de tempo causal; mas sim por fluxões. Pelo fluxo natural de um Tempo vivo e numinoso que habitava com elas, e dentro delas e de suas próprias comunidades locais. Assim, seu trabalho começava quando começava e terminava quando terminava, determinado pelo clima, luz do dia, o que precisava ser feito ou o que era necessário, naquela fluxão específica, naquela “estação”. Assim, seu “ano” era marcado pelo fluxo das estações, de modo que, por exemplo, eles podiam se referir à sua idade em termos de quantas colheitas eles conheceram ou quantos verões se passaram desde seu nascimento.
Foi esse outro mundo não-numinoso – de impérios, de tiranos, de reis, de governos, de abstrações, de planejamento e organização suprapessoal, de religiões dogmáticas hierárquicas – que trouxe durações fixas e medidas de tempo causal como um meio de controle, regulação, conformidade e para repartir a vida e o viver de forma não natural.
SOBRE O TRADUTOR
Ícaro Aron Soares, é colaborador fixo do PanDaemonAeon e administrador da Conhecimentos Proibidos e da Magia Sinistra. Siga ele no Instagram em @icaroaronsoares, @conhecimentosproibidos e @magiasinistra.
ORIGINAL
https://magiasinistra.wordpress.com/2025/02/06/alchemical-seasons-and-the-fluxions-of-time