Coire Riabhaich, ONA
Por séculos, adeptos da genuína tradição ocidental mantiveram sigilo acerca dos antigos locais da tradição. Acredita-se que alguns desses locais sejam os centros da civilização hiperbórea de Albion, outros estão ligados ao desenvolvimento mais tardio desse ethos através das lendas de Artur e da inauguração desse Aeon Ocidental atual. Todos esses locais ainda conservam em diferentes graus as energias mágicas, tendo sido preservadas pela guarda dos Adeptos. Esses locais não são as relíquias de uma civilização morta, eles permanecem vivos ( e ‘atemporais’ – isto é, não estão conectados a um entendimento temporal e estruturas causais) devido a execução através dos séculos de certos ritos tradicionais – qv. O Livro Negro de Satan I & III. Esses ritos são os mantenedores de uma essência, e evoluem estruturalmente à medida que a própria essência evolui, crescendo em direção ao cumprimento de seu wyrd como compreensão consciente desse wyrd, crescendo através de ritos e de outras estruturas. É importante lembrar que nosso conhecimento esotérico cresceu: não houve época em que conhecêssemos mais do que conhecemos agora , apesar das afirmações dos místicos que nós decaímos de uma era de ouro. Contudo, se a compreensão intelectual cresceu, nossa consciência empática desvaneceu, devido a suavidade produzida pela existência de uma sociedade nazarena e distorcida. Para adquirir certas habilidades mágicas é necessário um certo modo de vida que poucos estão preparados a empreender – daí a abundância atual de organizações ‘ocultas’ pseudointelectuais projetadas para fornecer uma alternativa confortável a realidade brutal da magia genuína.
A maioria dos ensinamentos originais de Albion se tornaram distorcidos ou se perderam durante o declínio dessa sociedade, os druidas eram considerados como sendo representantes de aspectos desse conhecimento corrompido. Mediante o declínio de Albion, diz-se que a Tradição teria sobrevivido indiretamente dentro da cultura da antiga civilização grega. O desenvolvimento dessa sabedoria ancestral pode ser traçado na filosofia grega e na ciência primordial, e na tradição negra dos Kaibeiroi. Enquanto esse Aeon atual progredia, o número de adeptos diminuía, mas o suficiente permaneceu para manter viva a Tradição Sinistra na área considerada como sendo seu centro mágico – Shropshire, na fronteira entre a Inglaterra e o País de Gales. Esses poucos se mantiveram despercebidos e desconectados da crescente cena oculta que começou a florescer na segunda metade desse século; essa cena sendo caracterizada pelos trabalhos cabalísticos de Crowley etc, etc. Em oposição a isso, a Tradição sobreviveu de forma oral, sua lendas e técnicas mágicas escassas e cruas em comparação as acrobacias intelectuais encontradas nas doutrinas da Golden Dawn et al. Os fragmentos que sobreviveram dos ensinamentos originais de Albion a respeito dos mythos dos Deuses obscuros (acessados parcialmente e de forma distorcida por Lovecraft), cantos esotéricos, alguns ritos (a maioria sem títulos), o uso de cristais para elevar os efeitos e compelir mudanças, as instruções na aquisição de Opfers, e a crença que a sabedoria pode ser alcançada através de certas ordálias e modos de vida ( a maioria desses modos sendo perigosos e em desacordo com as convenções da sociedade da época). Todos eram mais notadamente ligados por um entendimento de Progressão Aeonica o que agora se tornou conhecido como a Dialética Sinistra da História. Outros desenvolvimentos foram herdados, o que tornou certas questões esotéricas mais compreensíveis através de ideias abstratas, incluindo alquimia (da variedade Septenária) e mais tarde ainda o Jogo Estelar, e a criação do Tarot Sinistro. Uma decisão foi tomada no começo da década de oitenta visando tornar acessível gradualmente todo o material a respeito da Tradição, no interesse da estratégia sinistra.
Então o momento é certo para revelar alguns dos segredos dos locais, uma vez que a atenção do mundo esotérico sobre a área de Glastonburry atendeu ao seu propósito – o de preservar os locais genuínos da Tradição Ocidental. Um dos aspectos mais bem conhecidos – e distorcidos da Tradição a respeito da Lenda Arturiana: a localização de Camelot em Shrophire.
As tradições esotéricas sobreviveram em uma área delimitada pelas Stiperstones; o Long Mynd; que é conhecido atualmente como Kerry Ridgeway; e o rio Teme. A área das Marcas galesas é considerada o ‘lar’ de Merlin – aquele que foi a figura solitária da magia, que possuiu discernimento, empatia, e conheceu a ordem oculta das coisas. Acredita-se que ele foi um dos últimos descendentes diretos de Albion. Dizem que ele viveu em um local próximo ao rio Camlad – entre as Stiperstones, o rio Clun, Camlad e Kerry Ridgeway. Há muitas lendas locais relacionadas ao Rei Artur. Por exemplo, uma batalha relatada em ‘Perlesvaus’ ocorreu em um local próximo ao Red Castle e Bury Walls, perto da atual aldeia de Marchamley. O local ao longo das margens do rio Camlad próximo a Lydham a Chirbury é considerado como cenário de inúmeras batalhas do período. Outras áreas de interesses são aquelas fortificadas/’castelos’ próximos a Roveries, Simon’s Castle, Roundton, Calcot etc. Gonnore – mais conhecida como Gwinivere – é considerada como sendo de Old Oswestry. Existem outras lendas, mas muitos lugares em todo o país também tem sua parcela de lendas arturianas.
Entretanto, a Tradição Sinistra posiciona firmemente Camelot e Artur em Shropshire – e nomeiam um local. Isto e a natureza das lendas – de um realismo bem removido da bruma romântica daqueles conectados a, por exemplo, Glastonbury e Tintagel – tornam estas reivindicações tradicionais algo difícil de ignorar. O local nomeado é a cidade que os romanos conheciam como Viroconium: o local de Camelot. Camelot foi essencialmente um assentamento Romano-britânico – e era essencialmente pagã, apesar das estórias contadas na Idade Média, que eram apenas propagandas Nazarenas com a intenção de distorcer as lendas originais.
Até bem recentemente, um altar pagão herdado dos romanos e usado em Camelot ainda permanecida próximo a um teixo na vila de Uppington. [A árvore está no cemitério e tem cerca de 1000 anos.] A árvore também marca um local venerado nos tempos arturianos – considerado sagrado um milênio antes da era das trevas (Idade Média).
Após Camelot ser derrubada, os remanescentes se estabeleceram em um local fortificado dentro da curva do rio Severn. O local sagrado dessa área era um monte conhecido como Monte dos Amieiros. Mais tarde, essa ‘cidade’ (contendo os reminiscentes da cultura romano-britânica que floresceu em Camelot) foi destruída. Posteriormente, essa cidade foi chamada de Scrobbesbyrig – Cidade dos Arbustos, e mais tarde ainda, Shrewsbury. O monte se tornou a sede do rei de Powis. Ele situa-se atrás da High Street e uma igreja foi construída por cima do antigo local sagrado. É dito que Artur foi enterrado no monte em Shrewsbury – abaixo da igreja – ou em outro local, não muito distante do lago da lenda. O ‘lago’ de onde Excalibur saiu é considerado estar (a) próximo de Eyton em Severn. [Atualmente, o local permanece entre Eyton e Dryton, na borda de um pequeno bosque]; (b) Lago Marton (agora chamado de Marton Pool) – próximo ao rio Camlad. E a moderna vila de Chirbury; (c) Shelve Pool entre as Stiperstones e o círculo de pedras de Mitchell’s Fold.
De acordo com a maioria, e conforme já mencionado em outro MSS, o ‘Graal’ era um cristal (“lapsit ex coeli”) de quartzo. Ele não tinha um formato geometricamente perfeito, mas era semelhante a um tetraedro. Ele era guardado por vários ‘guardiões’ e dizem possuía poderes mágicos reais – profecia, adivinhação e assim por diante. Também era considerado algo necessário para prosperidade. A Lenda o retrata como tendo sido usado para inaugurar o Aeon Ocidental, bem como sua civilização, nos tempos de Artur. Tal como exposto, as lendas que chegaram até nós a respeito de Artur são em sua maioria distorções nazarenas. Mas o espírito pagão ainda pode ser discernido, por exemplo, nas descrições originais sobre Artur conhecendo sua futura esposa, onde ela lhe é apresentada nua da cintura para cima:
“… he beheilde her with a gladde chere, and saugh her pappes smale and rounde as two smale appelis that were hard; and her flessh whitter than snowe, and was not to fatte ne sklender; and he coveyted her gretly in his heart…”
Há muito mais nesta passagem do que uma ‘sensação pagã’ contida na aura da descrição e imaginário da descrição. Muitas das crenças do povo de Albion e aqueles que vieram depois, são centradas em uma deusa violenta e obscura, a quem sacrifícios eram oferecidos e que se banhava no sangue das vítimas que caíam em batalha. Desde o século X ela é conhecida pelos satanistas como Baphomet, e é tradicionalmente retratada nua da cintura para cima.
Tradução: Don Gonzalo de Málaga
Revisão: AShTarot Cognatus e Yogamaya Purnamasi Devi Dasi
– Order of Nine Angles –
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