
Fragmentos Gnósticos Tomados da obra de Nimrod de Rosario
I. PRÓLOGO
Foram selecionados 89 fragmentos da novela “O Mistério de Belicena Villca” e 45 fragmentos dos “Fundamentos da Sabedoria Hiperbórea” para serem lidos e estudados pelos aspirantes.
Estes 134 fragmentos são uma síntese ótima da gnose que Nimrod de Rosario teve como missão trazer a este mundo.
Estes fragmentos também são uma introdução aos livros de Nimrod de Rosario. Uma vez lidos e relidos pelos aspirantes, estes poderão continuar com a versão abreviada da novela e com os primeiros tomos dos Fundamentos.
O estudo dos escritos de Nimrod de Rosario deve realizar-se minuciosamente, sabendo que neles cada palavra e cada frase são imensamente importantes.
Nimrod de Rosario ensinou-nos que lendo e relendo seus escritos se produzirá o despertamento e a transmutação dos aspirantes.
II. FRAGMENTOS DE “O MISTÉRIO DE BELICENA VILLCA”
1. Se você já se fez consciente do Grande Engano, então leia detidamente o que se segue, pois ali encontrará algumas chaves para orientar-se no Caminho de Regresso à Origem.
2. O Segredo, em síntese consiste em… conhecer a Origem extraterrestre do Espírito humano e adquirir a Sabedoria suficiente para regressar a essa Origem, abandonando definitivamente o demencial Universo da Matéria e Energia, das Formas Criadas.
3. Homens procedentes de uma guerra espantosa e total… de uma Guerra Essencial que começou muito antes, na Origem extraterrestre do Espírito humano, e que ainda não acabou.
4. A Guerra Essencial é um enfrentamento de Deuses, um conflito que começou no Céu e logo se estendeu à Terra, envolvendo os homens no seu curso.
5. A Máxima Sabedoria coincidiria com a Maior Força de Vontade de regressar à Origem, com a Maior Orientação para a Origem, com o Mais Alto Valor de resolução em combater contra as Potências da Matéria, e com a Máxima Hostilidade Espiritual para o não espiritual.
6. Antes da queda do Espírito extraterrestre na Matéria, existia na Terra um animal-homem extremamente primitivo, filho do Deus Criador de todas as formas materiais: tal animal-homem possuía essência anímica, quer dizer, uma Alma capaz de alcançar a imortalidade, mas carecia de Espírito eterno.
7. Logo depois de protagonizar o Mistério da Queda, o Espírito veio a ficar incorporado ao animal-homem, prisioneiro da Matéria, e surgiu a necessidade de sua liberação.
8. Para compreender o Signo da Origem se requeriam exatamente “treze mais três Vrunas”, quer dizer, um alfabeto de dezesseis símbolos denominados Vrunas ou Varunas.
9. A mais alta santidade sacerdotal, a que se demonstrava pelo domínio da Alma, fosse esta concebida como corpo ou como força, significava também a mais abjeta submissão às Potências da Matéria.
10. Na Origem, além das estrelas, existia uma Luz Incriada que só podia ser vista pelo Espírito; essa luz infinita era imperceptível para a Alma. Porém, ainda que invisível, frente a ela a Alma sentia-se como diante da negrura mais impenetrável, um abismo infinito, e ficava sumida em um terror incontrolável: e isso devia-se a que a Luz Incriada do Espírito transmitia à Alma a intuição da morte eterna na qual ela, como toda coisa criada, terminaria sua existência ao final de um super “Grande Ano” de manifestação do Deus Criador, um “Mahamanvantara”.
11. Tratava-se de três conceitos, o princípio da Ocupação, o princípio do Cerco e o princípio da Muralha.
12. A Sabedoria faria o Espírito livre na Origem e mais poderoso que o Deus Criador; mas neste mundo, onde o Espírito está acorrentado ao animal-homem, o Culto ao Deus Criador acabaria dominando a Sabedoria.
13. Tudo quanto existe neste mundo é apenas uma tosca imitação das coisas do Mundo Verdadeiro.
14. Como o Alquimista remexe o chumbo, os membros da família escolhida repetiriam incansavelmente as provas estabelecidas pelos antepassados, até que um deles, um dia, girando em um círculo percorrido mil vezes sob outros céus, chegasse a cumprir a missão familiar, purificando então seu sangue astral. Produzir-se-ia assim uma transmutação que lhe permitiria retroceder a involução do Kaly Yuga ou Idade Escura, regressar à Origem e adquirir novamente a Sabedoria.
15. O Grande Chefe dos Espíritos Hiperbóreos, Lúcifer, “o que desafia com o Poder da Sabedoria o Poder da Ilusão do Deus Criador”, o Enviado do Deus Incognoscível, o verdadeiro Kristos da Luz Incriada.
16. Conservaram o alfabeto sagrado de treze mais três Vrunas, às quais representavam com dezesseis símbolos formados com linhas retas e às que haviam associado um som da língua corrente; desse modo dispunha-se de treze consoantes e três vogais.
17. Seria Seu Fogo que se instalaria no coração do homem e o transmutaria; e esse Fogo, a princípio extremamente quente, finalmente se tornaria mais frio que o gelo: e esse Fogo Frio produziria a mutação da natureza humana.
18. A Negrura Infinita que oferece a morte Kâlibur da Deusa Pyrena, na qual toda Luiz Criada apaga-se, irremediavelmente, é capaz de Refletir esse “algo” que é o Espírito Incriado; e o Reflexo do Espírito na Negrura Infinita da Morte Kâlibur é a Verdade Desnuda de Si Mesmo. É por isso que o Escolhido, após o reencontro, recobra a Vida, será portador de um Sinal de Morte, que deixará seu coração gelado para sempre. A Alma não poderá evitar ser subjugada pela Semente de Pedra de Si Mesmo, que cresce e se desenvolve às suas expensas e transmuta o Escolhido em Iniciado Hiperbóreo, em Homem de Pedra, em Guerreiro Sábio. Como Homem de Pedra, o Escolhido ressuscitado terá um Coração de Gelo e exibirá um Valor Absoluto. Poderá amar sem reservas à Mulher de Carne, mas esta já não conseguirá jamais acender em seu coração o Fogo Quente da Paixão Animal. Então buscará na Mulher de Carne àquela que, além de Alma, possua Espírito Incriado, como a Deusa Pyrena, e seja capaz de Revelar, em Sua Negrura Infinita, a Verdade Desnuda de Si Mesmo. A Ela, à Mulher Kâlibur, amará com o Fogo Frio da Raça Hiperbórea. E a Mulher Kâlibur lhe responderá com o A-mort gelado da Morte Kâlibur.
19. A contemplação de Si Mesmo, que é um Reflexo do Espírito Eterno, se experimenta em um instante único, não abarcável pelo Tempo da Criação; os Escolhidos que encontram a Morte Kâlibur de Pyrena nunca poderão responder a essa pergunta; a experiência da Eternidade é indescritível.
20. Um Homem de Pedra; um Egresso da Morte; um que na Morte foi amado com o Fogo Frio Kâlibur de Pyrena e agora conserva a Recordação de A-mort; um que sentiu, além do Amor da Vida, o A-mort da Morte Kâlibur, quer dizer, a Não-Morte da Morte Kâlibur, e agora se imortalizou como filho da Morte.
21. O Homem de Pedra só agirá, escutará em silêncio a Voz do Fogo Frio e atuará; e seu ato expressará o máximo Valor espiritual; faça o que faça ele, seu ato estará fundamentado no suporte absoluto de Si Mesmo, além do bem e do mal, e não lhe afetará nenhum juízo ou castigo procedente do Mundo do Engano. E nenhuma variante do grande Engano, nem sequer o Fogo Quente da Paixão Animal poderão arrastá-lo outra vez ao Sonho da Vida; Sábio e Valente como um Deus, o Homem de Pedra só lutará se é necessário e aguardará calado a Batalha Final; anelará a Origem e o comoverá a nostalgia pelo A-mort da Deusa; buscará seu Par Original na Mulher Kâlibur e, se a encontra, a amará com o Fogo Frio de Si Mesmo; e Ela o abraçará com a Luz Incriada de seu Espírito Eterno, que será Negrura Infinita para a Alma Criada.
22. Na Terra, o Espírito havia sido acorrentado ao animal-homem para que sua força volitiva acelerasse a evolução da estrutura psíquica deste; e tão férreo era o acorrentamento, tão afundado estava o Espírito na natureza anímica do animal-homem, que tinha esquecido sua Origem e acreditava ser um produto da Natureza e das Potências da Matéria, uma criação dos Deuses.
23. Navutan vem para liberar o Espírito do Homem de sua prisão no Mundo do Deus Criador; o Espírito é Incriado, quer dizer, não Criado pelo Deus Criador e, portanto, nada do que aqui acontece pode manchá-lo essencialmente e muito menos afetá-lo eticamente; o Espírito é Inocente e puro na Eternidade da Origem; daí que Navutan afirma que o Espírito Hiperbóreo, pertencente a uma Raça Guerreira, só pode manifestar uma atitude de hostilidade essencial para com o Mundo do Deus Criador, só pode rebelar-se ante a Ordem Material, só pode duvidar da Realidade do Mundo que constitui o Grande Engano, só pode rejeitar como Falso ou Inimigo tudo aquilo que não seja produto de Si Mesmo, quer dizer, do Espírito, e só pode alentar um único propósito com Sabedoria: abandonar o Mundo do Deus Criador, onde é escravo, e regressar ao Mundo do Incognoscível, onde será novamente um Deus. Contrariamente, Jesus Cristo vem para salvar a Alma do Homem do Pecado, da Falta à Lei do Deus Criador; a Alma é Criada pelo Deus Criador e deve obedecer cegamente à Lei de seu Pai.
24. Daí que Jesus Cristo afirme que a Alma do Homem, a criatura mais perfeita do Deus Criador, só deve manifestar uma atitude de amor essencial para com o Mundo do Deus Criador, só deve aceitar com resignação seu posto na Ordem Material, só deve acreditar na Realidade do Mundo, só deve aceitar como Verdadeiro e Amigo aquilo que se prove advir em Nome do Deus Criador, e só deve acalentar um único propósito com Sabedoria: permanecer no Mundo do Deus Criador como ovelha e ser pastoreada por Jesus Cristo ou os Sacerdotes que o representem. Ser Deus ou ser ovelha, essa é a questão.
25. Como em seu momento, os Gnósticos e Maniqueus, e como logo farão os Cátaros e Albigenses, eles aceitarão só parte dos Evangelhos, especialmente o de João, e rejeitarão completamente o Antigo Testamento. Isto é o que alegavam: o Deus dos judeus não era outro que Jeová Satanás, um aspecto ou rosto do Deus Uno Criador do Universo Material; no Gênese, narra-se a história da Criação do Universo Material, onde seria escravizado o Espírito Incriado e Eterno; o Universo Criado é, pois, intrinsecamente maligno para o Espírito Incriado, o Espírito só concede valor ao Mundo Verdadeiro de onde ele procede.
26. Outra é a Igreja de Kristos, ou Igreja árida, à qual pertenceram os Senhores de Tharsis e o Círculo Domini Canis, e à qual pertencem muitos dos que estão pelo Espírito e contra as Potências da Matéria, por Kristos Luz e contra Jeová Satanás. Uma é Igreja da Traição ao Espírito do Homem e outra é a Igreja da Liberação do Espírito do Homem, uma é a Igreja do Demônio de Alma Imortal e outra é a Igreja do Deus do Espírito Eterno.
27. Gravaram os treze mais três símbolos rúnicos do Alfabeto Sagrado na Coluna Irminsul, e lhe incrustaram em seu centro a Pedra de Vênus, em recordação do Olho Único de Wothan, que olhava o Mundo do Grande Engano desde a Árvore do Terror.
28. O Espírito é essencialmente guerreiro e, portanto, as castas nobres e guerreiras são espiritualmente superiores às sacerdotais.
29. O que os Cátaros conheciam na realidade era a Sabedoria Hiperbórea, a qual ensinavam valendo-se de símbolos retirados do mazdeísmo, do zervanismo, do gnosticismo, do judeu-cristianismo, etc. Em consequência, predicavam que o Bem era de natureza absolutamente espiritual e estava de todo fora deste Mundo; o Espírito era Eterno e Incriado e procedia da Origem do Bem; o Mal, pelo contrário, tinha por natureza todo o material e criado; o Mundo da Matéria, onde habita o animal-homem, era intrinsecamente maligno; o Mundo havia sido Criado por Jeová Satanás, um Demiurgo demoníaco; rejeitavam, portanto, a Bíblia, que era a “Palavra de Satanás”, e repudiavam especialmente o Gênese, onde se narrava o ato de Criar o Mundo por parte do Demônio; a Igreja de Roma, que aceitava a Bíblia era, pois, “a sinagoga de Satanás”, a morada do Demônio; o animal-homem, criado por Satanás, tinha duas naturezas: o corpo material e a Alma; a elas se havia unido o Espírito incriado, que permanecia desde então prisioneiro da Matéria; o Espírito, incapaz de liberar-se, residia na Alma, e a Alma animava o corpo material, o qual se encontrava imerso no Mal do Mundo Material; o Espírito se encontrava, assim, afundado no Inferno, condenado à dor e ao sofrimento que Jeová Satanás impunha ao animal-homem.
30. Era tempo de despertamento espiritual e de renúncia material, de discriminar claramente entre o Todo do Espírito e o Nada da Matéria.
31. Requerer-se-iam homens profundamente espirituais, que possuíssem a Sabedoria Hiperbórea e se transmutassem pela Recordação da Origem, pela revelação da Verdade Desnuda de Si Mesmo, quer dizer, necessitariam Homens de Pedra.
32. Opor a Sabedoria Hiperbórea ao Culto do Deus Uno.
33. Em todo Iniciado Hiperbóreo o Espírito devia dominar a Alma.
34. O homem perderá sua virilidade e se abrandará, tornar-se-á como mulher; ainda quando possa procriar, sua vontade de lutar será debilitada por um afeminamento crescente que se estenderá a toda a Humanidade; perplexos, muitos confundirão a moral sodomita com um produto da alta civilização, mas na verdade acontecerá que o Coração dominará a Mente e debilitará a Vontade; no Final, todos acabarão aceitando o modo de vida sinárquico; e o homem substituirá a Águia pela Pomba, a Guerra pela Paz, o Risco heroico pela Comodidade passiva.
35. O Tempo é o constante fluir da Consciência do Uno; entre o Princípio e o Final do Tempo está a Criação; e ao Final do Tempo está a Perfeição da Alma como Pedra de Fogo. É a Vontade de YHVH que a Alma alcance a Perfeição Final, segundo o modelo de Metraton. Mas agora a Alma não pode ver a Pedra Fria que leva fundida em seu seio. Não a percebe até que ela atravessa seu caminho e se torna Pedra de Tropeço para a Alma, o Obstáculo Intransponível para alcançar o Bem da Perfeição Final. Sem a Semente de Pedra na Alma o homem de barro não teria tido Mal nem Ódio à Criação, a evolução se teria realizado pela Força do Amor ao criador, a Perfeição Final teria sido assegurada para toda Alma Criada: agora esse Plano de YHVH será impossível de se cumprir.
36. Tinha se tornado um Iniciado Hiperbóreo, em um potencial inimigo dos planos da Fraternidade Branca. Como aconteceu tal heresia? Quem o iniciou na Sabedoria Hiperbórea?
37. Portando a Tiara papal, réplica da coroa egípcia dos Sacerdotes Atlantes morenos; vestindo a túnica branca dos Sacerdotes levitas de Israel, na qual está bordado o Trevo de Quatro Folhas dos Sacerdotes Golen, estilizado como cruz celta; em sua mão direita sustentando a Cruz, símbolo do Acorrentamento Espiritual, e na esquerda as chaves de São Pedro, símbolo da Chave Kâlachakra com que os Deuses Traidores ao Espírito do Homem consumaram sua Traição Original.
38. Meu Senhor só conhece e respeita a Lei da Honra, que é a Lei do Espírito Santo, da Vontade do Deus Verdadeiro; só teu Deus Jeová, que é um Demônio chamado Satanás, ao que obedeces servilmente, pode opor-se a essa Lei.
39. Nós, os Guerreiros Eternos de Kristos Lúcifer, acabaremos algum dia com os Chefes de teus Chefes, com a Hierarquia Oculta de Sacerdotes Supremos que mantém o Espírito Incriado na escravidão da matéria criada.
40. O Eu, expressão do Espírito, surge afundado nas entranhas da Alma, sem dispor de nenhuma possibilidade de orientar-se para a Origem, posto que ele ignora que se encontra em tal situação, que há um regresso possível à Pátria do Espírito; o Eu está normalmente extraviado, sem saber que o está; e busca a Origem sem saber o que busca. Os Deuses Traidores o acorrentaram à Alma do animal-homem, para que a força volitiva de sua busca inútil seja aproveitada pela Alma para evoluir até a Perfeição Final. Submerso no sujeito anímico, o Eu é incapaz de adquirir o controle do microcosmos, salvo se passar pela Iniciação Hiperbórea, a qual produz o efeito de isolar o Eu da Alma, por meio das Vrunas Incriadas.
41. Um Eu despojado de toda moral, de todo dogma, indiferente aos enganos do mundo, mas aberto à memória de sangue, poderá marchar galhardamente para a Origem e não haverá força no universo capaz de detê-lo.
42. Quem conhece os segredos do Mistério de A-mort é um Iniciado Hiperbóreo transmutado, quer dizer, um Homem de Pedra Imortal.
43. O Mistério de A-mort é experimentado de sete maneiras diferentes pelo homem, e justamente essa é a razão pela qual a Sabedoria Hiperbórea prevê sete vias iniciáticas de liberação. De acordo ao modo em que o Mistério de A-mort foi gnosticamente percebido será a Via de Liberação adotada, e é por isso que se costuma falar de uma “Via de Mutação” ou “do Raio”; de uma “Via Seca” ou “Caminho da Mão Direita”; de uma “Via Úmida” ou “Caminho da Mão Esquerda”; de uma “Via da Oposição Estratégica” ou “Via da Gnose Guerreira para a Orientação Absoluta”; etc.
44. Para os homens de Pedra, Iniciados Hiperbóreos da Casa de Tharsis, o “mundo” no qual ocorre a vida cotidiana é simplesmente um “campo de batalha”, uma Arena ocupada por inimigos mortais, aos quais se deve combater sem trégua, pois eles “cortam o caminho de Regresso à Origem”, “obstruem a retirada” e pretendem “reduzir o homem à mais vil escravidão”, que é “a submissão do Espírito Eterno à matéria”, seu “acorrentamento ao Plano evolutivo do Universo, criado pelo Demiurgo e sua corte de Demônios”. O mundo é, então, para os Homens de Pedra, o Valplads. Na mitologia nórdica e nos Eddas, o Valplads é o campo de batalha onde Wothan escolhe os que caem lutando pela Honra, pela Verdade, enfim, pelas Virtudes do Espírito.
45. O Gral é uma Gema da Coroa de Kristos Lúcifer, Aquele que é mais Puro que o mais Puro dos Deuses Leais, o único que pode falar Cara a Cara com o Incognoscível. Kristos Lúcifer é quem, estando no Inferno, está além do Inferno. Podendo ficar em Hiperbórea, à luz do Incognoscível, Kristos Lúcifer quis acudir em resgate aos Espíritos cativos, protagonizando o incompreensível sacrifício de Seu próprio auto cativeiro. Ele se instalou como Sol Negro do Espírito, “iluminando” carismaticamente, desde “atrás” de Vênus, por intermédio do Paráclito, diretamente no sangue dos homens adormecidos. Como uma Gema do Galhardo Senhor se manchou caindo aqui, na Terra, uma das cloacas mais repugnantes dos Sete Infernos? Porque assim Ele o dispôs. Kristos Lúcifer entregou o Gral aos homens como garantia de seu compromisso, de seu sacrifício, e como prova material irrefutável da Origem Divina do Espírito. O Gral é, nesse sentido, um reflexo da Origem Divina, o qual haverá de guiar como um farol o rumo vacilante dos Espíritos Rebeldes que decidam abandonar a escravidão de Jeová Satanás.
46. O principal crime do homem foi negar a supremacia de “Deus”, quer dizer, do Demiurgo terrestre Jeová Satanás, e rebelar-se à sua escravidão. Mas o homem é um ser miserável, imerso em um Inferno de Ilusão no qual se sente, insensatamente, “a gosto”, sem possibilidade de quebrar o feitiço por si mesmo. Se negou o Demiurgo e se “rebelou” foi em virtude de um agente exterior; mas, que “coisa” no Mundo pode ser capaz de despertar o homem, de abrir seus olhos à divindade esquecida? “Se tal coisa existe, dirão os Demônios, é o objeto mais abominável da Criação material”. Mas essa “coisa”, esse “objeto abominável”, não é deste Mundo e dele “comeu” o homem-Espírito-cativo. Esse “fruto verde”, que mais tarde chamarão Gral, é um alimento que nutre com a gnose primordial, quer dizer, com o conhecimento sobre a Verdade das origens. Pelo Gral, fruto proibido por excelência, o homem saberá que é Eterno, que possui um Espírito Divino acorrentado à matéria, que procede de um Mundo impossível de se imaginar desde o Inferno terrestre, mas por ele sente nostalgia e ao qual deseja regressar. Pelo Gral o homem se recordou! Eis aqui seu primeiro crime. Recordar a Origem Divina será, doravante, um terrível pecado e aqueles que o cometeram deverão pagar por isso; essa é a Vontade do Demiurgo, a “Lei de Jeová Satanás”. Serão seus Ministros, os Demônios de Chang Shambala, os que se encarregarão de executar a condenação, cobrando o castigo em uma moeda que se chama: dor e sofrimento. O instrumento será, naturalmente, a encarnação, repetida mil vezes em transmigrações “controladas” pela “Lei” do Karma, declarando cinicamente que a dor e o sofrimento são “para o bem” dos Espíritos, “para favorecer sua evolução”.
47. O Demiurgo construiu o Universo imitando uma torpe e deformada imagem dos Mundos Verdadeiros. Insuflou Seu Alento na Matéria e a ordenou com o propósito de “copiar” o fraco reflexo que uma vez recebeu das Esferas Incriadas. Mas nem a substância era adequada nem o Arquiteto estava capacitado para isso e, somando-se a esses males, deve-se considerar a intenção perversa de pretender reinar como Deus da obra, à semelhança (?) do Incognoscível. O resultado salta à vista: um Inferno maligno e demencial, no qual, muitíssimo tempo depois de sua criação, por um Mistério de A-mort, incontáveis Espíritos Eternos foram escravizados, acorrentados à matéria e sujeitos à evolução da vida. A característica principal do Demiurgo é evidentemente a imitação, por meio da qual tentou reproduzir os Mundos Verdadeiros e cujo resultado foi este vil e medíocre Universo Material. Mas é em distintas partes de Sua Obra onde se adverte a alucinante persistência em imitar, repetir e copiar. No Universo “o todo” é sempre cópia de “algo”: os “átomos”, todos semelhantes; as “células”, que se dividem em pares análogos; os “animais sociais”, cujo instinto gregário se baseia na “imitação”; a “simetria”, presente em uma infinidade de fenômenos físicos e biológicos; etc. Sem estender-se em mais exemplos, pode-se afirmar que a esmagadora multiplicidade formal do real é só uma ilusão, produto do cruzamento, intersecção, combinação, etc., de umas poucas formas iniciais. Na verdade, o Universo foi feito a partir de contados elementos diferentes, não mais que vinte e dois, que suportam, por suas infinitas combinações, a totalidade das formas existentes.
48. A Via de Oposição Estratégica consiste no emprego da técnica arquemônica, quer dizer, na disposição de uma Arquêmona ou Cerco Estratégico, e de um lapis oppositionis fora do cerco, na fenestra infernalis, quem dá ao Valplads. Aplicando a lei do cerco à Arquêmona consegue-se isolar a praça do Valplads, quer dizer, consegue-se liberar uma área no Mundo do Demiurgo. Mas isso não é suficiente: é necessário que os Iniciados se dessincronizem do Tempo do Mundo e gerem um tempo próprio, inverso, que lhes permita dirigir-se para a Origem. Para isso praticam a Oposição Estratégica contra os lapis oppositionis, que se encontram situados sobre uma Runa no Valplads, de frente à fenestra infernalis.
49. Será difícil que alguém possa imaginar o maravilhoso espetáculo do Gral descendo nos sete infernos. Talvez se se pensar em um Raio Verde, de brilho cegante e influência gnóstica sobre o vidente, ante quem os Demônios voltam seus rostos ferozes, gelados de espanto; um Raio que, qual folha cegante de invencível Espada, vai rasgando os quatrocentos mil mundos do Engano, buscando o Coração do Inimigo; uma Verde Serpente Voadora, que porta entre seus dentes o Fruto da Verdade, até então negada e ocultada; se se pensar no Raio, na Espada, no Fruto, na Serpente, talvez assim seja possível intuir o que ocorreu naquele momento crucial quando a Verdade foi posta ao alcance dos Espíritos cativos. Sim, porque, desde que o Gral se assentou sobre a Vruna de Oricalco, a Árvore da Ciência ficou plantada ao alcance daqueles que, completamente confusos, viviam no Inferno acreditando habitar um Paraíso. De agora em diante poderiam comer seu fruto e seus olhos seriam abertos! Aleluia por Kristos Lúcifer, a Serpente do Paraíso! Aleluia por aqueles que comeram do Fruto proibido: os homens despertos e transmutados!
50. Compreendi o significado do Símbolo Tirodinguiburr. E sua compreensão me infundiu o Mais Alto Grau da Sabedoria Hiperbórea. Era o Espírito Eterno que se liberava e isolava, como nunca antes, da ilusão das Formas Criadas! Sim, meu próprio Espírito, fixo e em pé, como um menir que permanece e aparece na corrente temporal da Alma, de repente se sustentava na Origem, em sua instância eterna e infinita! Já sabia de tudo! Tinha regressado à Origem, me libertado do acorrentamento na Matéria, e compreendia o porquê da Queda! Se quisesse poderia partir ali mesmo para Hiperbórea! Mas não podia fazê-lo; não enquanto a missão familiar não estivesse cumprida; não enquanto Vós permanecêsseis aqui, no meio dos Demônios; não enquanto ainda nos faltasse livrar a Batalha Final contra as Potências da Matéria! A Honra me impedia de partir.
51. Porque só o Espírito é Eterno! Quem não encontre seu Espírito morrerá de Morte Final, ainda que acredite ser Imortal. E aqueles que primeiro vão morrer são as Almas que Mais perto estão do Final, onde se aproximaram buscando uma quimérica e vã perfeição arquetípica. Aqueles cujas Almas evoluíram imitando a Meta Final proposta pelo Deus Criador Uno, os que se enganam identificando o Bem com a “Paz Universal” e privam seu Espírito da oportunidade de lutar, os que adoram ao Deus Criador e querem colocá-lo de joelhos diante do suposto Criador.
52. O Grande Chefe Branco, o Senhor da Vontade e do Valor Absolutos, virá uma vez, duas vezes, três vezes, ao Vosso Mundo. A primeira vez, quebrará a História, mas se irá, e causará a insensata risada dos Demônios; a segunda iniciará a Batalha Final, mas se irá, no meio do Rugido de Terror dos Demônios; a terceira guiará a Raça do Espírito para a Origem, mas se irá para sempre, deixando atrás de si o Holocausto de Fogo em que se consumirão os seguidores do Deus Uno, homens, Almas e Demônios. Mas aqueles que sigam o Enviado do Senhor da Guerra serão Eternos!
53. Para os Guerreiros Sábios toda guerra perdida na Terra é uma guerra ganha em outros Céus.
54. Para o homem, transmutado em Homem de Pedra, sempre é possível lutar contra os Demônios e vencer.
55. Quando sobrevenha a Batalha Final, e o Senhor da Guerra afirme a Realidade do Mundo do Espírito, todos os que morreram pela causa do Espírito estarão Vivos para marchar fora do Universo do Uno, passando sobre as Potências da Matéria, enquanto às nossas costas se desencadeia o Holocausto Final dos Demônios da Alma.
56. Rogo-lhe que trate de falar à Ordem de Construtores Sábios do Senhor da Orientação Absoluta: Eles o colocarão na direção certa. Além disso, lhe concederão a Iniciação Hiperbórea, o despertarão e o incluirão na Estratégia da Batalha Final.
57. Seus corações eram mais duros que a Pedra diamante e possuíam a certeza do Espírito Eterno; e experimentavam uma hostilidade essencial para com as “Potências da Matéria”, que lhes permitia exibir uma fortaleza indescritível frente a qualquer inimigo.
58. Se tinha que destruir, destruiria! Se tinha que matar, mataria! Qualquer coisa faria antes de transacionar com o Inimigo do Espírito!
59. Pela primeira vez me senti Eu, só Eu; Eu, cercado pelas Potências da Matéria; Eu, sitiado pelo Deus Criador do Universo. E então, indubitavelmente, como consequência de ter sustentado uma batalha contra a Alma, e ter saído vencedor, se produziu a Visão e recebi a ajuda buscada.
60. O Espírito devia liberar-se do acorrentamento à matéria evolutiva, isolar-se da lei da evolução, e empreender o Regresso à Origem. Ali estava a Verdade buscada.
61. Em Córdoba tinha aparecido um grande Iniciado que se fazia chamar por “Nimrod de Rosario”.
62. Conseguiu formar um importante grupo de apoio que lhe permite desenvolver sua Estratégia: com pessoas saídas do esoterismo tradicional, especialmente muitos que compreenderam que a Igreja Gnóstica de Samael Aun Weor é mais uma seita sinárquica.
63. Iniciados da Serpente Liberadora! Seguidores da Serpente de Luz Incriada! Adoradores da Serpente Vingadora! Eis aqui o Portador do Símbolo da Origem! Ao que pode compreender com seu Símbolo à Serpente; ao que pode obter a Mais Alta Sabedoria lhe é dado conhecer o Homem de Barro! No interior desse menino Divino, no seio do Espírito eterno está presente o Sinal do Inimigo do Criador e da Criação, o Símbolo da Origem de nosso Deus e de todos os Espíritos prisioneiros da Matéria.
64. Nós sabemos que o Demiurgo recebeu outros nomes ao longo da História. Mas se escolhemos, dentre eles, o de Jeová, é porque se trata do último nome com o qual Ele se autodenominou.
65. Uma parte da Humanidade, que nós integramos, possui um elemento que não pertence à ordem material e que não pode ser determinado pela lei da Evolução do Demiurgo. Esse elemento, que se chama Espírito ou Vril, encontra-se presente em alguns homens, como possibilidade de eternidade. Sabemos dele pela Recordação de Sangue, mas enquanto não sejamos capazes de liberar-nos dos laços que nos atam à ilusória realidade do Demiurgo e retrocedamos no Sendeiro do Regresso à Origem, não existiremos realmente como indivíduos Eternos.
66. A Hierarquia Oculta de Chang Shambala, com seus Demônios: os Guias Traidores e seu chefe: o Rei do Mundo, são os que levam avante agora a “evolução” do planeta e são quem “guiam” as Raças, por meio de uma sinistra organização chamada Sinarquia.
67. Nós, os Antigos Seres Hiperbóreos que ainda permanecemos acorrentados no Inferno, devemos ter bem presente que “o Inimigo é Jeová Satanás, o Demiurgo deste Mundo”.
68. Desde a miserável condição de escravo de Jeová Satanás não é possível conhecer Deus, pois Ele é absolutamente transcendente. É necessário percorrer um longo caminho de purificação sanguínea para saber algo sobre Deus, sobre o “verdadeiro Deus”. A maioria das grandes religiões, ao falar de Deus, se referem ao Demiurgo, o Uno. Isso ocorre porque as Raças que povoam atualmente o mundo foram “trabalhadas” pelos Demônios de Shambala, implantando-lhes ideias sinárquica na memória genética de seus membros, para poder dirigi-las para o grande Arquétipo coletivo que se chama Manu. Assim, percebendo a realidade através de um véu de engano, chega-se a essas concepções de Deus, panteísta, monista ou trinitário, que apenas são aparências do Uno, o Demiurgo ordenador da matéria.
69. Não se trata aqui de um conhecimento estéril que pode ser reduzido a um “código de princípios” ou um “manual operacional”, mediante o qual reger nossos atos; trata-se, pelo contrário, de adquirir um conhecimento que age dinamicamente sobre o Espírito, transformando-nos internamente, dotando-nos de uma Sabedoria milenar, que nos faz transcender o plano meramente humano da existência.
70. Nem todos os homens são iguais, nem todos existem, nem todos podem “ser”. Pelo contrário, para aqueles que dispõem da possibilidade de Ser, a luta e o esforço devem ser colocados em transcender este mundo de imagens ilusórias e perpetuar-se na eternidade, em outro plano de existência ao qual só podemos chegar se despertamos do sonho demoníaco no que estamos afundados. A maioria dos homens que você vê no mundo, não existem realmente, ou, se prefere, vivem uma “existência relativa”, ilusória, que é um sopro para a eternidade. Sua consciência se dilui com a morte, ainda que muitos acreditem no contrário, e nada sobrevive a eles. A eternidade é para uns poucos, para uma Aristocracia do Espíritos, fundamentada em Heróis semidivinos, em Super-homens que, à custa de livrar um duro combate com o Príncipe deste Mundo YHVH-Satanás, transmutam sua natureza inferior e ganham seu lugar no Valhala.
71. Para o Espírito não há vida nem morte Criada, senão Ilusão, e, portanto, não há pecado nem culpa, não há dívidas para saldar nem Karma.
72. Só é um verdadeiro Kshatriya quem possui um coração duro como a Pedra e gelado como o Gelo; e só um Kshatriya tal pode realizar qualquer ação, inclusive matar, sem que o Karma o toque.
73. A gnose constitui-se, uma vez que foi alcançada, em um conhecimento total, imediato, que o indivíduo possui inteiramente, ou do qual carece em absoluto; é o “conhecimento” em si, absoluto, que abarca o Homem, o Cosmos e a Divindade. E é só por meio desse conhecimento – e não por meio da fé ou das obras – que o indivíduo pode ser salvo.
74. Primeiro deves ser o que já és, deves retornar ao Princípio, de onde nunca partiu, recuperar o Paraíso que jamais perdestes. Quando resolvas este Mistério, andando pelo caminho do Labirinto e chegando à saída, então poderás dizer Eu Sou. Mas não temas, não estarás abandonado, serás guiado carismaticamente até o fim. Segue os Círculos Fechados da Ordem de Thule, mas não te detenhas em nenhum; avance sempre, até chegar ao Penúltimo Círculo; ali voltaremos a nos ver.
75. O que dizer de uma filosofia que questiona a totalidade da existência humana com todos os seus Dogmas, Filosofias, Religiões e Ciências, que tenta mudar o rumo histórico, que afirma a possibilidade da transmutação do homem semidivino ou virya em Siddha imortal; que, por fim, declarou guerra às potências materiais de Jeová Satanás, donas do Mundo, da História e da maioria dos homens? Convenhamos que em Heresiologia tais ideias ocupariam um lugar de destaque.
76. Temos cópia da carta que o Supremo Sacerdote de Chang Shambala, Rigden Jyepo, enviou a Lenin, por meio de Nicolas Roerich, felicitando-o pelo êxito da Revolução bolchevique; por trás de Lenin e os conspiradores de Outubro, agia a Loja Transhimalaia, fundada pela Fraternidade Branca. Sim, por trás da Sinarquia encontra-se Chang Shambala, os Mestres e Sacerdotes da Hierarquia Oculta ou Fraternidade Branca de Chang Shambala.
77. Constituem uma Sociedade Secreta conhecida como “Círculo Kâula”. Sua Sabedoria é o Kula, o tantrismo “da mão esquerda”, um sistema de yoga que permite transmutar e aproveitar a energia sexual, mas que requer a participação física da mulher. Os kâulikas são temidos no Tibete, pois se os considera “Magos Negros”, mas ao meu modo de ver, o único negro que têm é a túnica. É evidente que tal qualificação procede de seus mais encarniçados inimigos, os membros da Fraternidade Branca, uma misteriosa organização que está por trás do Budismo e de outras religiões, e que é muito poderosa nestas regiões: é por oposição e contraste à “branca” Fraternidade que os kâulikas são chamados “negros”, já que eles são ascetas de elevada moral. Todos os homens e mulheres que o senhor viu aqui são sadhakas vamacharis.
78. Os Iniciados e Iniciadas no Caminho do Kula realizam periodicamente um Ritual denominado “dos Cinco Desafios”, no qual praticam “cinco atos proibidos aos Mestres da Kâlachakra, o que explica porque são odiados pelos Gurus de Shambala. Vulgarmente, o Ritual secreto é conhecido também como “Pankamakâra” ou “das cinco M”, porque com essa letra começam os cinco nomes das “coisas proibidas”: madya, vinho; mâmsa, carne; matsya, pescado; mudrâ, cereais; maithuna, ato sexual. Segundo seus inimigos budistas, por praticar este Ritual, os kâulikas se situam no vâmo mârga, o “Caminho da Esquerda”, o sendeiro dos Kshatriyas, que conduz à Guerra e não à Paz, a Agartha e não a Shambala, à unificação absoluta de Si Mesmo e não à aniquilação nirvânica do Eu identificado com o Uno Parabrahman. O certo é que por meio de técnicas secretas de seu Tantra sexual, os kâulikas desenvolvem incrível poder sobre a natureza animal do corpo humano e, inclusive, conseguem obter a liberação espiritual.
79. A História convocava os mais aptos a lutar contra o Mal. E os mais aptos éramos nós! Em um momento único da História tínhamos alçado os Estandartes Eternos.
80. Em cada ponto do Espaço real há um pequeno globo ou átomo arquetípico, que simboliza com exatidão a unidade de Brahma, o Criador. E no centro de cada um de tais átomos há um olho, com o qual o Uno contempla a Si Mesmo, desde todas as coisas criadas. Cada olho do Pai Uno chama-se Yod, mas cada pupila pertence à Mãe Kuan Yin. Quando o sangue dos homens é estigmatizado pelos Senhores do Karma, e a dor penetra nos olhos do Uno como uma sinfonia prazerosa, as pupilas da Mãe Kuan Yin suavizam os acordes sofridos com a Misericórdia de seu Coração. Por isso Ela é Avalokiteshvara, um Bodhisattva de Compaixão. Sim, Kameraden ocidentais: essa imagem que vos impressiona é apenas um opaco reflexo de Kuan Yin, detrás do Véu de Mâyâ. Aqui mesmo, neste momento, a Deusa dança o Baile da Vida e seus incontáveis olhos olham em seus Corações procurando o calor do Amor! Kuan Yin quer sentir Vossos Corações palpitarem de Amor pelas coisas criadas! Quer sentir-vos estremecer de compaixão pela dor que assola a vida do homem, a dor causada por aqueles que se apartam da harmonia do Universo, da Lei do Uno! E o que recolhem os olhos de Avalokiteshvara em vossos corações? Só Frio e Ódio, em lugar do Calor e do Amor à Vida. E então se retiram, envoltos em pranto, os olhos da Mãe, prometendo ajudá-los para que volteis à condição animal, ao Coração quente dos que amam a Vida morna. Ela é a Mãe dos animais-homens, dos pasus: Sua Misericórdia os alcançará e os aquecerá o Coração com seu Amor, desalojando o Frio e o Ódio, o duro gelo! E o fará, ainda que tenha que girar a Kâlachakra e converter-vos em símios primitivos!
81. Porém aqui, com vós, está Ganesha, o Filho de Shiva. O que viu a Deusa Mãe do Oeste no Coração do Filho de Shiva? Também Frio e Ódio, mas formando o ninho para a máscara da Morte Fria, o refúgio de Kâly, a Negra. Sim, no Filho de Shiva está a maior abominação, porque hospedou a Morte em Seu Coração, à Máscara da Morte que oculta a Verdade Desnuda da Negrura Infinita de Si Mesmo. No Coração de Ganesha, sobre o corpo morto do pasu, filho da Mãe Kuan Yin, dança Kâly, a Negra, o Baile da Morte Gelada; e no cadáver do pasu, que é carniça, está vivendo ainda o falo de Shiva, o lingam diamantino de vajra; frente ao símbolo da virilidade absoluta, Kâly se descobre e deixa manifestar a Pârvatî Frya, a Verdade por trás da Morte Negra; Pârvatî Frya realiza então o yonimudrâ sobre o lingam de Shiva, e Bhairava ressuscita no Coração do Filho de Shiva; nasceu anormalmente um Menino de Vajra no Coração de Ganesha! Um menino engendrado pelo Espírito de Shiva com a Verdade por trás da Máscara da Morte! Um menino gerado na matriz da Negrura Infinita de Si Mesmo! Um menino nascido na vulva rompida do Coração morto do pasu! Um Menino de Vajra, um Menino de Diamante, um Menino de Pedra, um Menino de Raio, um Menino de Fogo Gelado, um Menino Deus! Um Menino que é a Vruna Incriada e que está além de Kula e Akula, além do Tempo e do Espaço, além da Vida e da Morte, além do Bem e do Mal, definitivamente além do pasu assassinado por Kâly no Coração do Filho de Shiva! Um mal muito grande viram os milhões de olhos de Avalokiteshvara no Coração do Filho de Shiva. Um mal para o qual não bastam Suas Lágrimas de Misericórdia, nem sua Compaixão, nem seu Amor. Um mal para o qual não há redenção possível, nem nesta nem em outra vida da Roda da Vida Sripai Khorlo. É o mal daquele que foge dos cuidados do Pai e da Mãe, que renega o Pai e a Mãe, que descobre que não tem nem Pai nem Mãe, que encontra a Verdade Desnuda de Si Mesmo e se empenha em Ser o que É e não o que deve ser, de acordo com a Lei. Oh, que ingratidão a de quem assim esfria o Coração para a Mãe e abriga ódio contra o Pai! A Verdade Desnuda se instalou no Coração do homem, sobre um leito de gelo, e este se tornou um virya, um Deus que compete com o Deus Uno. Mas Ela esfriou o Coração porque é a Inimiga do Amor e a Mãe Kuan Yin não pode permiti-lo. A Inimiga do Amor causou muito dano: com a Máscara de Kâly assassinou o pasu, seu filho primogênito; e com o Poder da Verdade Desnuda, procriou um ser abominável que nasceu sobre o cadáver do pasu, um Menino de Pedra Diamante, um menino que não é nem será jamais humano. Grande é o dano causado pela Inimiga, Terrível o mal que aninha no Coração do Filho de Shiva.
82. Que viu a Deusa Mãe do Oeste no Coração do Filho de Shiva? Um lobo, um assassino de cordeiros, um Menino de Pedra Filho de Si Mesmo e Esposo da Verdade Desnuda, uma Existência abominável Táo-t’ie, fora da Criação. Mas, por cima de todos os males, Kuan Yin viu quem pode manifestar a Verdade Desnuda ao Mundo, descobrir a Beleza Proibida e Embriagante da Inimiga dos homens e propagar o mal da Sabedoria como uma epidemia. Aos olhos da Mãe Kuan Yin, o Filho de Shiva é o Demônio da Destruição do Homem. A Verdade Desnuda que Ganesha pode exibir aos homens adormecidos causará neles uma nova e atroz queda no nada do Incriado. Sobre as ruínas da Humanidade do Amor, Ganesha transformado em Shiva, dançará a dissolução do Criado, a decomposição de Mâyâ, a Morte Final da Ilusão. E no Pralaya do Amor e Misericórdia de Kuan Yin, sobre a morte da Humanidade, no Götterdämmerung da Fraternidade, os ressuscitados Heróis, os vîryas semidivinos, os Homens-Deuses, exaltarão a Verdade Desnuda de Si Mesmo, a Inimiga do Amor, a Esposa da Origem. Oh, como choram os milhões de olhos de Avalokiteshvara, ao compreender o mal que habita no Coração do Filho de Shiva!
83. Para nós, como para Krishna, o filho de Indra, matar não significa nada, se o Espírito do assassino está além de Mâyâ, a Ilusão da Vida; se quando nossa cimitarra tira a vida miserável, o Espírito dança junto a Shiva o Baile da Destruição.
84. Tinham uma meta espiritual a alcançar; e se encontravam em um mundo diabólico. Em tais circunstâncias gnósticas, a solução é sempre a mesma: o fim espiritual justifica qualquer meio empregado para abrir passagem no território inimigo.
85. Os seres que existem, e os demais seres criados, ainda que estejam relacionados entre si no espaço e no tempo, se não são estrategicamente significativos, não existem para o Espírito, são Maya, Ilusão. O senhor, como Iniciado, deveria sabê-lo. Por acaso se esqueceu de que esta é a Guerra entre o Espírito e as Potências da Matéria?
86. Na Ética noológica da Sabedoria Hiperbórea, lhe temos demonstrado a superioridade espiritual do Eu sobre a do Coração, lhe ensinamos a dominar com o Eu ao Coração, o despojamos de sentimentos e lhe forjamos um novo Coração de Aço.
87. Como assegura a Sabedoria Hiperbórea, a Alma Criada está pronta para trair-nos, pois sua substância é parte do Criador, partícipe de seu Arquétipo, à imagem e semelhança! Ali o comprovei sem dúvidas: a Alma sempre trai o Espírito, o Eu para favorecer a Vontade dos Demônios, que pertencem à Hierarquia Branca, na qual se desdobra e acorrenta o Criador-Uno!
88. O Deus Criador nutre-se de uma força que se chama dor humana; e o homem produz dor e sofrimento para alimentar o Criador do Grande Engano.
89. Comprovei o poder, o terrível poder que é capaz de demonstrar um Iniciado Hiperbóreo, um Homem-Deus.
III. FRAGMENTOS DE “FUNDAMENTOS DA SABEDORIA HIPERBÓREA”
90. Os Iniciados Hiperbóreos, ao dominar a Sabedoria Hiperbórea, alcançam o mais alto nível do conhecimento esotérico, a Ciência das Runas, e adquirem poderes terríveis.
91. Como efeito da traição dos Siddhas Traidores, aparecem três tipos de homens sobre a Terra: o hominídeo primitivo que, a partir de então, chama-se ANIMAL-HOMEM ou PASU; o pasu que “possui linhagem hiperbórea”, quer dizer, o pasu que tem a POSSIBILIDADE de que nele se manifeste o Espírito cativo, denominado VIRYA; e o SIDDHA HIPERBÓREO, que pode ser tanto um Espírito “liberto” do cativeiro, como um dos Antigos Guias, e que permanece na Terra, em um Espírito cativo. O homem de nossos dias é, em maior ou menor grau, um VIRYA PERDIDO. É o mesmo que dizer: nele existe uma dupla natureza, divina e humana, tal como afirmavam acertadamente os gnósticos dos primeiros séculos da Era atual.
92. O ESPÍRITO É ETERNO, TANTO OU MAIS POTENTE QUE O PRÓPRIO DEMIURGO; PERMANECE ACORRENTADO “PORQUE NÃO SABE QUE O ESTÁ”.
93. O Espírito, ao ingressar, PELA ORIGEM, no Universo do Uno, o faz na qualidade de “inimigo”; por isso se adapta na forma de Espírito-esfera e demonstra assim sua HOSTILIDADE ESSENCIAL.
94. O Espírito-esfera se apresentou no Universo material FECHADO SOBRE SI MESMO, VOLTADO EM TORNO DO EU ABSOLUTO, E MOSTRANDO AO DEMIURGO “POR TODAS AS PARTES, AS COSTAS HOSTIS”. Mas o Tergum, as Costas, se opõem ao Demiurgo não como contrário, senão como ADVERSÁRIO porque, há que se afirmar, O ESPÍRITO-ESFERA É UM DEUS MAIS POTENTE QUE O DEMIURGO.
95. O mundo material é pura aparência, pura ilusão, puro fenômeno, puro processo evolutivo, pura contingência e acidente; para o Espírito o mundo NÃO EXISTE, NÃO É. Mas o Demiurgo É e contra ele se livrará o combate pelo retorno à Origem, pela recuperação do “estado primordial” que aqui representamos alegoricamente com a forma esférica.
96. Jeová é o nome cabalístico do Demiurgo, o Uno, que Sanat Kumara representa na Terra, e é o ÚLTIMO NOME HISTÓRICO que conhecemos d’Ele. Por isso nós, OS ANTIGOS SERES HIPERBÓREOS que ainda permanecemos acorrentados neste mundo demoníaco, devemos ter bem presente que o inimigo é Jeová-Satanás, o Demiurgo deste mundo.
97. TODO O UNIVERSO FOI CONSTRUÍDO A PARTIR DE UMA PRIMEIRA MÔNADA IMITADA INCANSAVELMENTE PELO DEMIURGO. Por isso a CARACTERÍSTICA ESSENCIAL DO DEMIURGO É A IMITAÇÃO.
98. A mais elevada Metafísica é a Gnose Hiperbórea.
99. Que saída tem o virya, que esperança pode alentar, de escapar aos Planos demenciais do Demiurgo e dos Siddhas Traidores? Resposta: A liberação do Espírito Hiperbóreo. Isto é: a única possibilidade de escapatória consiste em que o virya retroceda sua recordação hiperbórea até a origem e se transmute em Divino Hiperbóreo, DESACORRENTANDO o Espírito cativo.
100. Apesar de a maioria dos viryas perdidos ignorar, o Cordão Dourado outorga a maravilhosa possibilidade de adquirir, pelo sangue puro, o mais alto nível que haja alcançado outro virya em qualquer parte do mundo. Claro que tal possibilidade só poderá ser aproveitada por aquele que se situa no espaço estratégico de uma Mística.
101. A visão hiperbórea leva-nos à liberação da ordem causal, à elevação do homem do coletivo em que se acha imerso e à sua individualização definitiva, reintegrando-se ao Eu desperto no selbst. É o fim do Kaly Yuga ou Idade Escura. A visão sinárquica significa continuar na ordem causal, sujeitos à lei da evolução e às pautas do progresso material no qual se fundamenta a civilização ocidental. Significa a imersão cada vez maior do indivíduo no coletivo, caminhando a história para uma sociedade futura mecanicamente complexa, na qual o homem desaparecerá como tal, em uma atrofia metafísica de seu eu, objetivo indispensável para cumprir o fim da visão sinárquica, que é o Governo Mundial.
102. A Sabedoria Hiperbórea, por sete vias secretas, produz uma “reorientação estratégica” no virya perdido, possibilitando-lhe empreender (ou “re-empreender”) o regresso à Origem e o abandono do mundo infernal da matéria. O virya perdido, já dissemos, acha-se em um abjeto estado de acorrentamento material que o obriga a sujeitar-se às leis do Karma, a reencarnar periodicamente e viver, ou reviver, uma eterna e miserável comédia assignada pela ilusão sinistra da dor, do medo e da morte. No “Grande Engano” da vida, o virya perdido pode ocupar qualquer posto e inclusive “colaborar” com o “Plano” “evolutivo” e “progressista” de Jeová-Satanás, ou com seu “sistema de controle social” chamado também, para simplificar, de “Sinarquia”.
103. O modo de existência NORMAL do Espírito cativo é tão essencialmente oposto ao Universo material do Demiurgo que sua única característica EXTERIOR é a HOSTILIDADE.
104. PARA QUEM ESCUTOU A VOZ DO SANGUE PURO E DECIDIU COMBATER, O ATO DE GUERRA INDIVIDUAL NÃO PODE SE CARACTERIZAR DE OUTRA MANEIRA DO QUE PELO ÓDIO GNÓSTICO PARA COM O MUNDO DO DEMIURGO: O VIRYA DESPERTO TRATARÁ DE EXPERIMENTAR, EM TODO MOMENTO, “A HOSTILIDADE ESSENCIAL”, PROCURANDO REORIENTAR ESTRATEGICAMENTE O ESPÍRITO REVERTIDO. E essa hostilidade essencial, que no passado manifestara do Espírito Hiperbóreo contra o Universo material do Uno, será o caráter que revestirá, quando menos, o ato de guerra que o virya desperto executará contra o Mal, quer dizer, contra o macrocosmo do Demiurgo Jeová-Satanás. Há que se entender que a hostilidade para com a matéria constitui o principal ingrediente da atitude gnóstica, o caráter que revela claramente a presença do Espírito. O contrário também é certo: sem hostilidade não há gnose.
105. O ato de guerra individual, realizado com hostilidade essencial, em seu Kairos, REQUER UM DESAFIO INCRÍVEL, UMA REBELIÃO LUCIFÉRICA, cujos ecos ressoam em todos os “planos” do macrocosmo, em todos os ”céus”, nos mais sombrios meandros da alma universal. E um tal desafio, que foi declarado gnosticamente, com profundo conhecimento, e que, portanto, é essencial e irrevogável, NÃO PODE SER IGNORADO PELO DEMIURGO, NÃO PODE SER DEIXADO DE LADO PELO GRANDE ENGANADOR. Por isso a reação inimiga não se deixa esperar e logo o virya desperto deve enfrentar-se com o Terrível Segredo de Maya, a SEGUNDA INTENÇÃO DO DEMIURGO, colocada para conseguir sua destruição.
106. O Espírito-esfera, com efeito, pode ser já desacorrentado, revertido, retornado à normalidade. Mas tal reversão pode se realizar de duas maneiras, e por isso o virya desperto deve decidir. Um modo consiste em inverter o processo original da traição: ISTO O CONSEGUE O EU DESPERTO INTRODUZINDO-SE VOLUNTARIAMENTE PELO OLHO DE FOGO E TORNANDO-SE “EU ABSOLUTO” NO INTERIOR DA ESFERA NORMAL. Em tal caso, o Espirito-esfera, agora “Normal”, pode abandonar o Universo infernal do Demiurgo e regressar ao mundo do Incognoscível. Mas existe também outra possibilidade: QUE A REVERSÃO DO ESPÍRITO SE REALIZE SOBRE O MICROCOSMO DO VIRYA DESPERTO, TRANSMUTANDO SUA SUBSTÂNCIA EM VAJRA E TORNANDO O VIRYA UM SIDDHA IMORTAL.
107. O pretenso Deus, supostamente criador do Espírito, ao ser conhecido pela PREDISPOSIÇÃO GNÓSTICA do Escolhido, demonstra para com sua criatura uma indiferença total; o Escolhido pode dirigir-se de muitos modos ao Deus Criador sem que este responda jamais, no que se refere ao conhecido pela PREDISPOSIÇÃO GNÓSTICA, às suas interrogações; nem a devoção mais submissa, nem as reclamações mais exigentes, conseguem outra coisa que o silêncio do Uno. Supostamente que tal efeito ocorre porque o Escolhido dirigiu-se ao Deus equivocado, não ao “Criador do Espírito”, mas sim ao Criador da alma, na qual está acorrentado seu Espírito eterno; e o Uno só pode ser indiferente ante um Espírito que é estrangeiro em sua Criação.
108. A Estratégia inimiga se propõe, então, confundi-lo definitivamente, por meio da mencionada “ciência esotérica”, que em nada se refere ao Espírito Hiperbóreo, e destruir seu Eu, expressão do Espírito incriado, por meio da prática de um yoga sinárquico.
109. Há toda uma Raça extraterrestre e um Par original aguardando o despertar e liberação do Escolhido. E há um Mundo Exterior, uma Hiperbórea Original, fora do Universo material, inimaginável para o Iniciado, que é a Pátria do Espírito Hiperbóreo e ao qual toda a Raça anseia regressar. A guerra contra as potências da matéria, não se esqueça, se livra pela liberação dos Espíritos cativos: A GUERRA SE GANHA CADA VEZ QUE UM ESPÍRITO SE LIBERA DO ACORRENTAMENTO. É, POIS, UM DEVER ETICONOOLÓGICO DO ESCOLHIDO DESPERTAR E LIBERAR SEU ESPÍRITO.
110. A GNOSE NÃO PROVÉM DE UMA MERA HERANÇA OU DE UMA ILUMINAÇÃO ESPONTÂNEA, MAS É UM PRODUTO DA VONTADE DE DESPERTAR E SER O QUE O ESPÍRITO É; VALE DIZER: A GNOSE PROVÉM DA LUTA ENTRE O ESPÍRITO ETERNO, MANIFESTADO NO VIRYA COMO EU PERDIDO, E A ALMA, ESSA EXTENSÃO DO DEMIURGO.
111. A Consciência do Demiurgo nutre-se da dor humana e, o que é mais espantoso, que a dor humana é necessária, ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIA, para a própria evolução do Demiurgo; o objetivo macrocósmico da finalidade do pasu, construir culturas externas, colocar sentido nos entes, CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO EVOLUTIVO DA “CONSCIÊNCIA” DO DEMIURGO. Tal Consciência do Demiurgo cresce em função do Sentido do Mundo, pelo emergir significativo dos fatos culturais, analogamente a como a esfera de consciência do pasu cresce pelo efeito do emergir das representações conscientes. Quem compreender esta necessidade de dor que há na essência do mundo do Demiurgo, comprovará que é utópico esperar que algum dia a dor desapareça da vida humana. Pelo contrário, a dor e o sofrimento irão se incrementando permanentemente, de forma paralela ao progresso cultural. E o Demiurgo, por si mesmo, jamais fará nada para reverter esta SITUAÇÃO ATUAL DO VIRYA PERDIDO.
112. A Sabedoria Hiperbórea afirma que a principal fonte da dor humana é isto: A POBREZA jamais será desterrada das comunidades culturais por nenhum sistema de governo sinárquico e que, pelo contrário, os comunistas, democratas, liberais, socialdemocratas, socialistas, republicanos, democrata-cristãos, etc., farão o possível para aumenta-la, ainda que dissimulando, desde logo, seus verdadeiros planos.
113. O virya não encontra habitualmente o Espírito, já que em vez de buscar um Deus, que isso é seu Espírito Hiperbóreo, entrega-se a perseguir uma caricatura com muletas, a vil ilusão de um espiritozinho doce e assexuado, que declama cânticos sagrados em torno do Trono de Jeová. Essa repugnante criatura espiritual é a que alguns viryas perdidos, e outros mentecaptos acreditam ser ou querem ser algum dia, “depois da morte”, ou no “Dia do Juízo Final”, etc. Há que se convencer os viryas, pois, que o Espírito Hiperbóreo pertence a uma raça guerreira e que a hostilidade para com o mundo material é a principal qualidade de sua essência.
114. A ASPIRAÇÃO À PERFEIÇÃO, que caracteriza a Ética psicológica do pasu, opõe-se essencialmente à INSPIRAÇÃO À LIBERAÇÃO que descreve a Ética noológica do virya desperto.
115. O acorrentamento espiritual é um ato de guerra inimigo e ninguém pode desacorrentar o Espírito sem lutar; A ATITUDE GUERREIRA É ESSENCIAL NA VIA DA OPOSIÇÃO ESTRATÉGICA QUE PROPOMOS NESTE LIVRO, ou em qualquer outra via hiperbórea. Daí que o enfrentamento com o Demiurgo seja inevitável, cedo ou tarde.
116. NESSE ENFRENTAMENTO INEVITÁVEL, NO QUAL O GUERREIRO HIPERBÓREO E O DEMIURGO LUTARÃO CARA A CARA, A PROVA MAIS DIFÍCIL QUE DEVERÁ ENFRENTAR O GUERREIRO SERÁ A CONTEMPLAÇÃO DA TERRÍVEL FACE DO DEMIURGO.
117. A prova capital que a Sabedoria Hiperbórea impõe para obter a iniciação, isto é, a Prova de Valor, consiste “somente” na contemplação da Terrível Face do Uno; mas esta Face pode ser o Dragão do Mundo como outra imagem tanto ou mais espantosa que ela, outro Aspecto demencial do Demiurgo. Em resumo, aqui desejamos advertir que, sempre que se siga uma via secreta de liberação das sete mais uma, que propõe a Sabedoria Hiperbórea, haverá algum momento no qual se produzirá um enfrentamento com o Demiurgo e que, contemplar Sua Terrível Face pode ser perigoso se não se dispõe de um valor sem limites.
118. NÃO É O VERBO, SENÃO O OLHO DO DEMIURGO. UM OLHO MULTIPLICADO INCANSAVELMENTE EM TODA A CRIAÇÃO, MAS QUE É SEMPRE O MESMO OLHO: AQUI ESTÁ MAYA. UM OLHO QUE CONTEMPLA A SI MESMO, QUE ADMIRA PERPETUAMENTE A SI MESMO. UM OLHO QUE ESTÁ NO LOBO QUE CERCA E NO CORDEIRO QUE FOGE, NO HOMEM QUE AFUNDA O PUNHAL EM SEU IRMÃO E EM SEU IRMÃO QUE MORRE E, TAMBÉM, NO PUNHAL QUE SE EMBRIAGA DE SANGUE BORBULHANTE. UM OLHO QUE OLHA DESDE O AMADO E DESDE A AMADA E DESDE A TRAIÇÃO DO TERCEIRO. ENFIM, ESSE OLHO, CUJA ÓRBITA É UM CUME QUE DESCE AOS ABISMOS DO BEM E DO MAL, É O OLHO DE ABRAXAS, UM OLHO TERRÍVEL E INSENSATO. Não em vão, os gnósticos alexandrinos, que sabiam com que tipo de monstro tinham que se ver, fechavam o Olho de Abraxas em um triângulo, quer dizer, aplicavam a “lei do cerco”, para não enlouquecer de esquizofrenia.
119. A iniciação pelo yoga, como as do ritual maçônico, teosófico, rosa-cruz, etc., englobamos na denominação genérica de INICIAÇÃO SINÁRQUICA, em oposição à INICIAÇÃO HIPERBÓREA; a iniciação sinárquica acorrenta o iniciado na Hierarquia Branca, enquanto que a Iniciação Hiperbórea isola o Eu do iniciado de todo tipo de logos hierárquicos, abrindo-lhe o caminho para a liberdade absoluta do Espírito eterno.
120. A Sinarquia, e seus Mestres de Sabedoria ou Gurus; reservam tal conhecimento esotérico só para aqueles que demonstram ser merecedores da iniciação sinárquica, quer dizer, aqueles que estão dispostos a adorar sem reservas o Uno, o Demiurgo, Brahma, Jeová-Satanás, Jesus, etc., ou qualquer outro aspecto ou aparência do Grande Enganador.
121. A casta guerreira conhecia o Mistério de A-mor, o segredo da queda original do Espírito Hiperbóreo; tal segredo permitia a prática de uma iniciação nupcial durante a qual se aproveitava o poder plasmador do logos Kundalini em benefício de uma via secreta de liberação da Sabedoria Hiperbórea; este era o “Yoga Ocidental” do qual se derivaria, logo depois de uma tremenda degradação cultural, o Tantra yoga.
122. ALÉM DE UM “REENCONTRO” COM O ESPÍRITO, ANELADO DURANTE MILHÕES DE ANOS. A MULHER HIPERBÓREA SERÁ QUEM NO CURSO DO ATO SEXUAL, OU MAITHUNA, PROJETARÁ SOBRE O GLOBO DE AKASA DO SADHAKA A FORMA DE “LILITH”, A COMPANHEIRA GUERREIRA DO ESPÍRITO HIPERBÓREO; A PROJEÇÃO DE LILITH ROMPERÁ O GLOBO E CONFORMARÁ O LOGOS KUNDALINI; O ROMPERÁ PORQUE LILITH DANÇARÁ SOBRE O GLOBO DE AKASA AS RUNAS DA MORTE; E CONFORMARÁ O LOGOS KUNDALINI PORQUE O CONTERÁ EM SI QUANDO ESTE SE MANIFESTE FORA DO GLOBO. ESTA AÇÃO “EXTERIOR” DA MULHER HIPERBÓREA TEM A MISSÃO DE INCORPORAR “DENTRO” DO VIRYA A IMAGEM DO ESPÍRITO HIPERBÓREO FEMININO, IMAGEM QUE FOI ESQUECIDA DURANTE MILHÕES DE ANOS DE CONFUSÃO E QUE FORMA PARTE INSEPARÁVEL DO MISTÉRIO DA QUEDA. É ENTÃO, QUANDO LILITH REVIVE DENTRO, QUE SE CONSUMA A BODA MÁGICA, A CERIMÔNIA DE REORIENTAÇÃO ESPIRITUAL E TRANSMUTAÇÃO ORGÂNICA REALIZADA SOBRE O LEITO NUPCIAL DE SANGUE PURO. MAS, DESSA “TRANSMUTAÇÃO”, O SADHAKA NÃO SE CONVERTERÁ EM MANU, SENÃO EM GUERREIRO HIPERBÓREO, EM SIDDHA IMORTAL.
123. TODOS OS “IMORTAIS” DA HIERARQUIA TERÃO QUE MORRER EFETIVAMENTE, AO CUMPRIR-SE O CICLO MACROCÓSMICO, QUER DIZER, QUANDO SOBREVENHA O PRALAYA.
124. O INICIADO SINÁRQUICO SERÁ “IMORTAL”, ENQUANTO DURE O MACROCOSMOS, QUER DIZER, DURANTE O MANVANTARA OU MANIFESTAÇÃO DO UNO.
125. Para o Tantra yoga, como para qualquer outra via de liberação, o objetivo declarado é o regresso à Origem, o desacorrentamento do Espírito, sua reorientação estratégica, sua reversão, e a liberdade absoluta da eternidade.
126. O Tantra é outra das vias secretas de liberação e, portanto, persegue o mesmo fim declarado: despertar o virya e conduzi-lo à Origem, à conquista do Vril. Como se propõe o Tantra cumprir esse objetivo? Transmutando o corpo físico do sadhaka e imortalizando-o durante a prática do maithuna, o ato sexual; liberando-o assim das correntes Kármicas e permitindo que se manifeste nele a consciência do espírito hiperbóreo; chegado a tal estado, com seu corpo de VAJRA e sua consciência gnóstica desperta, se é já um Siddha, um ser capaz de aplicar a possibilidade pura que oferece o Vril e abandonar, se o prefere, o Universo material.
127. A força de Kundalini permitirá estender a consciência a outros corpos sutis do homem e chegar ao sahasrara, ou lótus de mil pétalas, onde se logra a fusão com o Demiurgo Brahma, mediante um “salto de consciência” para a imanência absoluta. Com a consciência no sahasrara consegue-se um êxtase que consiste, paradoxalmente, na dissolução da consciência individual, logo após sua fusão ou identificação com a “consciência cósmica”, ou seja: com o Demiurgo. Para o Tantra Hiperbóreo este objetivo exotérico, o estado de transe ou samadhi e a fusão com o Uno ou nirvana, no sahasrara, é simplesmente um suicídio. O objetivo esotérico do Tantra, como já dissemos, é o mesmo de toda estratégia hiperbórea: a mutação da natureza animal do pasu na divina e imortal do Siddha. Por isso deve-se ter bem claro que O VIRYA HIPERBÓREO, POR MEIO DO TANTRA, NÃO BUSCA NENHUMA FUSÃO COM O DEMIURGO, SENÃO, PELO CONTRÁRIO, PERSEGUE ISOLAR-SE TOTALMENTE DELE, PARA GANHAR A INDIVIDUALIDADE ABSOLUTA QUE OUTORGA O VRIL.
128. Kundalini NÃO DEVE SER DESPERTADA se não se possui as chaves para aproveitar seu poder RE-CRIADOR, pois SEU VERBO tanto pode representar a Vontade do Uno, NO MICROCOSMO, para assegurar a evolução, como a vontade própria, para produzir a mutação.
129. A carne de animal alude ao maior Mistério que existe, DEPOIS do Mistério de Amor. Sem embargo, a Sabedoria Hiperbórea aconselha ao virya não indagar neste Mistério até não ter conseguido a liberação de transmutar-se em Siddha; para não adicionar mais horror ao horror de estar acorrentado à matéria.
130. Em nenhuma outra parte, fora do âmbito humano, poderá comprovar-se o caráter dramático da vida, como no reino animal; em sua estupidez insuperável, na determinação de seus instintos, no horror da luta para sobreviver que os leva a devorar-se uns aos outros, na fatalidade de sua morte, etc. Sem dúvida, é no animal onde melhor está descrita A INFÂMIA DO DEMIURGO. O homem, para suportar essa visão de espanto que é a vida no mundo, criou um véu cultural chamado “poesia” que, por exemplo, ali onde alenta uma vida miserável que come e defeca constantemente, faz ver uma “bela ave cantora”. A poesia mascara o horror da vida e por isso ela é a maior inimiga da gnose.
131. O caminho do gnóstico consiste em evitar a devoção e saltar para os princípios, estabelecendo um contato transcendente com a unidade na qual se resolvem as múltiplas dualidades. Mas tal contato não se dá pela via de “fusão com o Uno” nem por nenhum tipo de identificação com o Demiurgo, senão pela compreensão da unidade interior do microcosmo na qual se reflete o macrocosmo. Esta compreensão é um conhecimento puro, uma gnose, que permite ao virya, após um horror infinito, superar a Manifestação e reconstruir a unidade do Demiurgo, para assim, em uma visão de loucura, comprovar sua insensatez e malignidade intrínseca; sem embargo, após o espanto, sobrevém o descobrimento do Verdadeiro Deus, AQUELE A QUEM NÃO É POSSÍVEL CONHECER DESDE O ABISMO. Toda gnose acaba ali, na certeza do Incognoscível.
132. O gnóstico não busca aniquilar seu eu e não renuncia à ação, pelo contrário, FORTALECE SEU EU DIRIGINDO ESTRATEGICAMENTE A VONTADE DE AGIR. POR ISSO, NO GNÓSTICO, É O EU QUEM DESPERTA A KUNDALINI DETERMINANDO SUA FORMA.
133. E aqui vem a terrível exigência, a chave fundamental do Mistério de Amor, sem a qual nenhuma prática tântrica tem sentido hiperbóreo: A MULHER DE FORA, A YOGUINI, NÃO PODE SER QUALQUER MULHER. ELA DEVE SER UMA MULHER KALY!
134. DAR UM ROSTO A LILITH, suprema experiência que significa: CONTEMPLAR NOVAMENTE, DEPOIS DE MILHÕES DE ANOS DE INFÂMIA, A DIVINA FACE DA MULHER HIPERBÓREA.
IV. OBRA COMPLETA DE NIMROD DE ROSARIO
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