Sigilo do Ventre de Isheth Zenunim

Além do Azerate – Manuscritos da TOTBL/MLO – 218

Pelo TOTBL – 218, Revista Anticósmica. Tradução de Lotan. Revisão de Ícaro Aron Soares, @icaroaronsoares@conhecimentosproibidos e @magiasinistra.

O Sigilo do Ventre de Isheth Zenunim é duplo em seu poder, função e essência; é tanto uma passagem que conduz aos mistérios internos da Deusa da Lua Negra, quanto um ponto de entrada do Sitra Ahra para Yesod e Malkuth, através do qual seus Lilim e outros geradores do inferno são chamados. O próprio Sigilo é um símbolo para o aspecto Isheth Zenunim de Lilith, e os anjos da Lua Negra que são evocados através dele são suas “servidoras” – Súcubas/Íncubos e outros daemons encarregados do roubo e transubstanciação das correntes de energia sexual que eles despertam e canalizam de volta para as águas escuras da Lua Negra.

O Sigilo do Ventre de Isheth Zenunim.

O Sigilo do Ventre de Isheth Zenunim é, portanto, um símbolo que pode ser utilizado para evocar a presença das concubinas infernais que concedem iniciação e insight nos aspectos esotéricos da alquimia vampírica de Gamaliel. Neste contexto, o Sigilo é usado como um ponto focal através do qual as energias sexuais são projetadas na escuridão fértil de Gamaliel. O Sigilo do Ventre é também uma passagem para o reino dos pesadelos e atua como um espelho negro no qual os desejos ocultos podem ser projetados, fortalecidos e manifestados. Através desse sigilo/espelho fortemente semeado de fé, desejo e vontade, fantasmas e sombras de grande força podem ser invocados e enviados para criar mudanças de acordo com sua natureza e essência. Este Sigilo é aberto em nome de Ama Lilith e adentrado em nome de Isheth Zenunim. Isheth Zenunim é aquela que recebe os que buscam penetrar nos mistérios obscenos de Gamaliel, enquanto Ama Lilith é a mãe do parto que a envia para desovar através do portal aberto de seu ventre sempre faminto. Quando, dentro do contexto dos ritos oníricos de união, se entra através do Sigilo do Ventre, Isheth Zenunim conduz às sombrias planícies de Gamaliel e ajuda na transformação astral e no atavismo licantrópico necessários para se caminhar nos Jardins Lunares do Pesadelo.

Passar pelo Sigilo e entrar no Outro Lado é, portanto, um processo de morte e renascimento, levando dos sonhos ilusórios da consciência diurna do ego para o despertar da Eu-Sombra dentro do Lado Noturno. A ativação do Sigilo pode assumir muitas formas e é parte dos mistérios revelados através da gnose concedida pela Rainha Sem Rosto. Mas o que pode ser revelado é que a lua branca inferior do sigilo está ligada à essência de quem executa o chamado, e a lua negra superior do sigilo está ligada à essência daquilo que é invocado. Essa ligação pode ser criada pelo uso dos fluidos vitais do homem, da mulher, dos animais e das plantas, ou através dos poderes mágicos da fé e da vontade, manifestados como sigilos sonoros ou lineares.

O Sigilo do Ventre pode ser traçado na testa, lançado no espelho, desenhado sobre pergaminho incensado, marcado dentro da tigela preta, ou formado dentro dos sonhos despertos da mente noturna e fortalecido com o poder do sangue, fluidos sexuais, tinturas, infusões, libações, óleos essenciais, fumaça e outras ofertas que podem girar a chave, abrir o portão e fortalecer o elo entre a Mãe Negra e seu devoto.

Dentro de certos trabalhos, o Sigilo do Ventre de Isheth Zenunim é inscrito em um cálice de prata consagrado, que pode então ser usado para canalizar o sacramento batismal escuro de seu ventre devasso. O sangue negro que flui dela é tanto o veneno da Serpente mortífero para o ego quanto o néctar da ressurreição para o Eu-Sombra.

UNIÃO ONÍRICA COM OS ANJOS DA LUA NEGRA

(L’Idole de la Perversité, Jean Delville,1891).

Monte um altar para o poder em questão que deseja conectar. Neste altar, coloque todos os sinais, sigilos, metais, pedras, imagens, ervas, espelhos e outras coisas que possam conectá-lo ao espírito com o qual você procura a união onírica. Consagre as velas em nome desse espírito. Use esculpir sigilos e invocações nas velas que chamem as correntes necessárias e revista as velas com seu próprio sangue, com óleo de almíscar, Artemisia Vulgaris e com Artemisia Absinthium. Faça também uma boa infusão com uma colher de chá de Artemisia Vulgaris e uma colher de chá de Absinthium. Deixe a infusão esfriar e despejea no seu cálice de ritual e, nessa infusão, misture nove gotas de sangue do polegar da sua mão sestra e pode ser acrescentado se quiser duas gotas de sangue lunar, caso seja uma invocadora.

-Coloque o Cálice sobre o sigilo do espírito do ritual em questão. Bem na frente deste altar, contemple os outros sigilos e concentrese fielmente no poder que você precisa contatar em seus sonhos. Escreva e recite invocações para o espírito e, com a mente, crie uma forma para que ele possa manifestar seus poderes. Acenda uma de suas velas do sonho (estas são as velas consagradas e revestidas, não suas velas padrão de altar) e invoque as forças pelas quais anseia.

-Aponte a Adaga da Vontade e do Fogo para o cálice e trace o pentagrama da Água / O Trono Ocidental. Vibre o nome e as fórmulas do espírito em questão e visualize o pentagrama queimar em preto. Abaixe a adaga da Vontade no cálice do Desejo e deixe sua vontade de se unir em comunhão onírica fluir através da lâmina com a qual você agita o elixir em um movimento anti-horário. Invoque o espírito e diga-o para abençoar o elixir para que ele possa girar as chaves oníricas e levá-lo para a encruzilhada crepuscular, onde você pode aproveitar a luz escura de seus deuses. Beba o elixir amargo, invoque o espírito novamente e anuncie a ele mais uma vez a sua vontade de sonhar com ele e medite sobre a chama da vela do sonho. Quando você se sentir pronto para entrar nos portais oníricos, louve seus deuses e apague todas as chamas, mas deixe a vela do sonho queimar.

-Faça a sua cama no chão em frente ao altar e à luz da vela dos sonhos. Cante as fórmulas e adore a forma que você criou com o fogo da sua mente, até atravessar os portais do sonho. Se você for abençoado, seu desejo será realizado e o espírito com o qual você procura contato virá até você e deixará você aprende o que você for capaz. Todo o processo pode ser repetido uma vez por semana, com uma nova vela do sonho e novo elixir. Pode até mesmo ser feito sem o elixir quando você já abriu os portões oníricos. Mas as velas do sonho sempre é recomendado usar, por muitas razões diferentes. A melhor hora para todas essas conexões é quando a lua está morrendo e, se possível, deixe todo o trabalho culminar na noite em que a lua está negra.

SOBRE O TRADUTOR

Ícaro Aron Soares, é colaborador fixo do PanDaemonAeon e administrador da Conhecimentos Proibidos e da Magia Sinistra. Siga ele no Instagram em @icaroaronsoares@conhecimentosproibidos e @magiasinistra.

ORIGINAL

The Womb Sigil of Isheth Zenunim

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