Venéfica: Conceitos da Via Venenosa

Veneficium: Magia, Bruxaria e a Via Venenosa

Por Daniel A. Schulke, Veneficium. Tradução de Ícaro Aron Soares, @icaroaronsoares@conhecimentosproibidos e @magiasinistra.

Aeromancia: Adivinhação pelas nuvens.

Alquimismo: Processo mágico que, embora não seja a alquimia clássica, mantém, no entanto, a sua característica central de transmutação de uma essência em outra.

Alraun: Fetiche mágico feito da raiz da Mandrágora.

Arena de Poder: Conceito oriundo da Bruxaria Sabática, mas aplicável a todas as escolas de magia e misticismo, descrevendo o universo do feiticeiro como uma fonte infinitamente dinâmica de consciência iniciática e númen.

Atavismo: Sombra de existências pré-encarnadas, convocadas através de fórmulas mágicas ou aparecendo espontaneamente como uma intrusão.

Azótico: De ou pertencente ao nitrogênio, sua senciência química e seus compostos. Os compostos nitrogenados são frequentemente concomitantes com a psicoatividade, como acontece com os alcaloides, embora existam alguns raros exemplares não-nitrogenados.

Bruxaria Sabática: Um corpus moderno de técnicas mágicas rituais transmitidas oralmente, feitiços, conhecimentos e conceitos derivados, em última análise, do Sabá das Bruxas medieval. O nome foi cunhado por Andrew Chumbley para descrever a tradição da Arte Buckinghamshire-Essex na qual ele foi introduzido, anteriormente sem nome, mas que agora se refere a si mesma como Cultus Sabbati.

Carne Nova: Conceito místico presente na Bruxaria Sabática relacionado ao aprimoramento mágico do Eu, recorrendo ao ritual extático, ao poder atávico e à formulação da feitiçaria da Vontade, Desejo e Crença. Sua realização mágica compartilha certas características do âmbito mágico geral da “mudança de forma”.

Ceia das Bruxas: Característica do Sabá das Bruxas medieval retratada como canibalismo ritual, mas interpretada por alguns como uso ritual de sacramentos psicoativos.

Corpo Edênico: O ‘Jardim Corporal’ de venenos e psicoativos endógenos e seus potenciais mágicos.

Destilação: O trabalho de separar e potencializar as virtudes de uma substância por meio de calor e condensação controlados.

Disseminar: O ato ritual de lançar materiais botânicos perfumados na área ritual, muitas vezes como uma oferenda sacramental ou servindo a função de consagração. A área assim disseminada pode ser um limite ritual, como no círculo mágico do mago, uma área votiva ou santuário, ou um caminho a ser trilhado, muitas vezes com os pés descalços. As plantas tradicionais para disseminar assim utilizadas são lavanda, camomila e rosa, mas qualquer planta perfumada, ou combinação das mesmas, pode ser empregada.

DL-50: Nas escolas mais antigas de toxicologia, a ‘dose letal de 50%’ ou dose letal mediana; a quantidade de uma substância capaz de matar 50% da população testada (agora obsoleta).

Emético: Agente que causa vômito.

Fitognose: Conhecimento mágico obtido através da ação dos poderes das plantas.

Graal: Graal, taça mágica ou seu conteúdo.

Hexenrauch (A Fumaça das Bruxas): Na tradição alemã das bruxas, um sufumigante da Bruxaria.

Hipercapnia: Condição de intoxicação por CO2 em que há uma quantidade muito grande de dióxido de carbono no sangue.

Laboratório Corpóreo: Um modelo mágico do corpo humano usado para transmutação mágica.

Malefícia: Operações mágicas com a finalidade de causar dano. Contrastada com a Benefícia.

Mitrídato: Uma especificidade universal contra venenos.

Mosto: Uma planta, particularmente uma erva medicinal que não é uma árvore. Alternativamente, o mosto pode se referir à mistura de malte, água, lúpulo e outras ervas que, depois de resfriadas e fermentadas, se transforma em cerveja.

Múmia: Na alquimia paracelsiana, o licor derivado da destilação do corpo humano, em particular aquele que morreu de morte súbita e, portanto, ‘colhido’ enquanto ainda vivo e saudável. Na Bruxaria Sabática, múmia refere-se a ossos humanos, sangue, carne, bem como fluidos sexuais, conforme usados na Arte Mágica, e também ao poder ou essência que reside neles, cognato em certo sentido com o axé iorubá, ou o mana das Ilhas do Pacífico.

Narcoestese: Indução de um estado místico-extático através do uso ritual de drogas.

O ‘Outro’: Poderes, conhecimentos e experiências estranhos ao Eu; a consciência sombria ou Eu Abissal.

Opositor: Agência espiritual de inversão e oposição, agência que em algumas formas de magia popular inglesa é cognata com o diabo.

Pão Corvino: Venenos vegetais rituais usados para garantir experiências místicas ou visionárias. O nome tem origem na Bruxaria Tradicional de Essex e também pode ser aplicado ao cogumelo Psilocybe semilanceata e, com menos frequência, a outras plantas, como a Atropa belladonna.

Filtron, Filtro: Na magia do amor da Grécia antiga, uma poção do amor. Dependendo do contexto, filtra também pode denotar feitiços de amor.

Rubefação: (“Vermelhidão”) fricção ou flagelação da pele para aumentar a circulação sanguínea. Em certas escolas de Alquimia, nome dado à fase final da obra.

Sabá: Do sumério sabat-tu, ‘Dia do Descanso do Coração’, é o padrão ritual primordial da Gnose da Bruxa que é o Ritual do Sabá, conhecido também pelo nomes de Aliança, Convocação e Grande Congresso. Muitas vezes considerado como uma relíquia degradada da arcaica alta magia babilônica, ou como uma construção fantasiosa dos pogroms cristãos contra a heresia, passou intacto por ambas estas fases aeônicas e incluiu o que é necessário para a sua continuação. Sua recensão mágica na era atual é a Bruxaria Sabática.

Sabá dos Narcóticos: O Sabá das Bruxas Medievais surge especulativamente do uso de substâncias psicoativas vegetais, animais e minerais.

Satúrika: Na antiga farmacopeia grega, designação usada para indicar medicamentos que produzem ereção.

Solanáceas: Família de plantas de interesse toxicológico incluindo espécies portadoras de tropano como a Beladonna e a Mandrágora.

Sufumigação: Incenso mágico, especialmente no contexto literário dos grimórios europeus; também perfumes.

Taça das Bruxas: Um componente mágico de algumas formas de Bruxaria Tradicional em que uma poção ritual é administrada. A fórmula do rascunho pode ser psicoativa, seja de origem vegetal, mineral ou animal, inclusive humana. Em algumas tradições isto pode assumir a forma de uma “Comunhão Simulada” ou de um Sacramento Cristão blasfemado; tal também pode incluir o “Vinho do Sabá” (Vinum Sabbati) da Corrente Sabática.

Teríaco: Agente que previne intoxicações, muitas vezes tomado como tônico ou cumulativo.

Titulação: Na medicina, a modificação da dosagem por aumento ou diminuição gradual para efeito farmacológico ideal.

Tônico: Um agente que se fortalece gradualmente ao longo do tempo com o uso regular.

Transmigração do Veneno: Conceito do movimento do veneno de um corpo para outro e sua evolução concomitante.

Transmutação de Veneno: Operações de magia pelas quais o veneno se transforma em néctar dentro do Recipiente do Praticante. Na Feitiçaria da Via Tortuosa, esta operação é uma forma de ‘Auto-Superação’ ou destruição e reforma do eu como uma manifestação dupla do Caminho e do Iniciador Secreto.

Trombolítico: Um agente para dissolver coágulos sanguíneos.

Tubal-Caim: Segundo alguns, o primeiro alquimista; segundo a Bíblia, o “instrutor de todo artifício de latão e ferro” e descendente de Caim. Historicamente, ele alcançou um papel de destaque em diversas lojas ocultistas de Bruxaria Tradicional.

Veneno Astral: Veneno que aflige, corrompe ou destrói o espírito.

Veneno Sexual: Emanante sexual, seja astral ou fluídico, que foi submetido às Fórmulas de Oposição de tal forma que sua virtude vivificante tornou-se apóstata de si mesma.

Verdelet: O ‘Mestre Verde’ de um coven de bruxas, responsável pelo ensino e administração do conhecimento das ervas.

Via Tortuosa: Divisão da magia que descreve um ethos unificado de bênção e maldição, ou caminhos da mão direita e da mão esquerda da magia, presente em uma série de sistemas de feitiçaria ao longo da história, mas mais notavelmente na magia e na tradição do mito das bruxas. Mascarada no glifo da Serpente, sua natureza oscilante entre todos os pontos de poder universal precipita a consciência iniciática. Os textos clássicos da Gnose da Via Tortuosa são Qutub, ou o Ponto (Xoanon-Fulgur 1995, e O Livro do Dragão de Essex 1997-8, publicação privada), ambos de Andrew D. Chumbley.

Vinum Sabbati: O vinho mítico do Sabá das Bruxas, que, segundo algumas lendas, possui propriedades mágicas ou inebriantes. O Lapis Lamiis ou Pedra [Filosofal] das Bruxas. É emblemático como “O Vinho do Sabá”, mas pode assumir a forma não apenas de uma colheita, mas também de transmissões de poder e de um espírito emanante da carne.

SOBRE O TRADUTOR

Ícaro Aron Soares, é colaborador fixo do PanDaemonAeon e administrador da Conhecimentos Proibidos e da Magia Sinistra. Siga ele no Instagram em @icaroaronsoares@conhecimentosproibidos e @magiasinistra.

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